A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria de Educação, promoveu mais uma Formação de Cuidadores de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais das escolas e creches das zonas urbana e rural, na última sexta-feira, 10, no Polo da Universidade do Brasil (UAB). Temas como autonomia e independência, alimentação e maus tratos foram abordados como formas de preparar e conscientizar os cuidadores.

Durante a formação, foram expostas as diferenças entre autonomia e independência, além da apresentação aos cuidadores de algumas formas de adaptação de atividades simples do cotidiano, mas que para alguns alunos com necessidades educacionais especiais elas são bastante problemáticas, como sentar corretamente, abrir o creme dental, a torneira, escovar os dentes. “Nosso objetivo é estimular no aluno a socialização, a assimilação dos conteúdos pedagógicos, a autonomia e a independência, e os cuidadores conseguirão isso por meio de ações e adaptações que contribuirão para esse desenvolvimento. Precisamos dar ao aluno a oportunidade para que ele possa desenvolver os talentos que tem internamente e que ainda não conseguimos desvendar”, disse a terapeuta ocupacional da Equipe de Educação Especial, Amanda Dourado.

Alguns alunos com necessidades educacionais especiais da rede municipal possuem disfagia, que se caracteriza como uma alteração na deglutição, ou seja, no ato de engolir alimentos ou saliva. O propósito fundamental da identificação da sua causa consiste em selecionar o melhor tratamento que pode variar desde reabilitação fonoaudiológica à alteração de consistência dos alimentos, para evitar a aspiração do conteúdo para o pulmão. “É importante que os cuidadores prestem muita atenção nas orientações passadas pelo médico que acompanha o aluno, para saber corretamente como ele deve se alimentar. Além disso, torna-se necessário observar o ato da mastigação e perceber se ela acontece normalmente ou se o aluno demostra alguma dificuldade nesse processo”, explicou a fonoaudióloga da Equipe de Educação Especial, Thamille Fernandes.

As experiências vividas na infância e na adolescência, positivas ou desfavoráveis, refletem–se na personalidade adulta. O número de crianças e adolescentes que chegam à rede pública de saúde e às clínicas particulares como vítimas de maus-tratos é cada vez maior, e os mais comuns são abuso físico, sexual, psicológico e negligência. Por isso, a equipe de Educação Especial resolveu abordar o assunto na formação, como forma de alertar os cuidadores para essa realidade. “Está prevista na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente a proteção à infância e à adolescência, por isso, temos que começar a ter um olhar mais crítico para descobrir se algum aluno está passando por algum tipo de violência. Precisamos cuidar das nossas crianças”, alertou a assistente social da Equipe de Educação Especial, Janete Ferreira.

Stela Márcia

Stela Márcia é umas das cuidadoras que atuam na Escola Municipal Frei Serafim do Amparo, que atualmente possui 26 alunos com necessidades educacionais especiais. “Eu sou cuidadora há quatro anos e em cada formação eu aprendo muito mais. Saio daqui com uma bagagem nova e bastante otimista, embora saiba que não é uma tarefa fácil. Esses encontros têm nos ajudado muito porque sempre nos deparamos com novas situações”, relatou.