Por meio das ações desenvolvidas pelo Caav, desde 2007, Vitória da Conquista não registra nenhum caso de criança nascida com o vírus do HIV/aids

O Caav foi implantado em Vitória da Conquista em 1999

“O Caav me deu esperança e motivação de vida”. A afirmação é de Maria da Conceição*, paciente do Centro de Apoio e Atenção à Vida Dr. David Capistrano Filho (Caav), órgão da Prefeitura de Vitória da Conquista. Maria foi uma das primeiras usuárias a frequentar o serviço desde a implantação, em 1999.

No local, ela encontrou, além do tratamento e da assistência, a força necessária para conviver com o vírus HIV. “Eu me via em Cazuza, pois descobri que tinha o vírus na mesma época em que o cantor morreu, e só imaginava que não iria conseguir e que morreria também, mas depois que conheci o Caav minha vida mudou completamente e hoje estou aqui para contar minha história”, declarou emocionada. No Caav, a paciente é atendida pela equipe multidisciplinar formada por profissionais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e dentistas. “Eles são mais do que profissionais, chegam a ser nossos amigos”, enfatizou.

No Caav, os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar

O Centro de Apoio e Atenção à Vida contribuiu com a história de resgate da autoestima de Maria e de milhares de pacientes que utilizam o serviço anualmente. Em 15 anos de atuação, ele tem se destacado como um dos principais centros de prevenção e tratamento para pessoas que vivem com o vírus HIV/aids na Bahia. O número de atendimentos de pacientes diários chega a uma média de 400, oriundos tanto de Vitória da Conquista quanto de cidades do sudoeste baiano e do norte de Minas Gerais.

O reconhecimento às ações do Caav ultrapassa as fronteiras da Bahia

Serviço de referência – O reconhecimento às ações do Caav ultrapassa as fronteiras da Bahia. Em maio deste ano, a Prefeitura de Vitória da Conquista foi a única da Bahia, nessa categoria, a receber um prêmio nacional que reconhece as melhores práticas de gestões municipais e de organizações da sociedade civil que contribuem para o alcance dos objetivos do milênio. A premiação deve-se ao desenvolvimento do projeto de Redução da Transmissão Vertical do HIV/aids realizado pelo Caav.

Desde 2007, com o teste rápido de HIV implantado no Centro e em todas as maternidades do município, Vitória da Conquista não registra nenhum caso de criança nascida com o vírus do HIV/aids. Hoje, todas as gestantes inscritas no pré-natal são submetidas ao teste de HIV/Sífilis, uma vez que as equipes das unidades de saúde e que atuam na assistência ao parto estão capacitadas para realizarem o exame, bem como para o protocolo de conduta para as gestantes HIV positivas e crianças expostas ao vírus.

Além do teste rápido de HIV, o Caav também disponibiliza leite para crianças de até dois anos, sendo que a distribuição para as crianças entre seis meses e dois anos de idade é feita com recursos próprios do município.

Jaciara Mendes, coordenadora do Caav

Teste rápido – Por mês, o Caav realiza uma média de 1.200 testes de HIV de forma convencional e 200 Testes Rápidos Diagnósticos (TRD). “Disponibilizamos o TRD, que é o teste que visa fornecer o diagnóstico de forma mais rápida possível, para as gestantes e para alguns grupos específicos como caminhoneiro, profissionais do sexo e pessoas que têm infecções e algumas doenças, como a tuberculose, por exemplo”, declarou a coordenadora do Caav, Jaciara Mendes.

Segundo a coordenadora, a implantação do teste rápido em todo o Brasil ampliou o acesso ao diagnóstico do HIV e isso fez com que mais casos fossem detectados. Em Vitória da Conquista, a média anual de pessoas soropositivas notificadas pelo Caav gira em torno de 100 casos por ano.

Distribuição de preservativos – Além de todos os serviços oferecidos, mensalmente, cerca de 30 a 40 mil preservativos são distribuídos no Caav, nas unidades de saúde e nas campanhas de prevenção. Há ainda, o Projeto Balada Noturna. Com essa iniciativa, a equipe do Centro visita, uma vez por mês, locais de festa, postos de combustíveis e casas noturnas prestando esclarecimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis e distribuindo preservativos.

* Para preservar a identidade da usuária, ela foi identificada por nome fictício.