Juntos, os três webinários tiveram mais de 600 visualizações no YouTube

Com o webinário realizado na manhã desta quarta-feira (18), que colocou em discussão o tema “Conquista Sustentável: Financiamento para Desenvolvimento Sustentável”, a Prefeitura de Vitória da Conquista concluiu a programação do Circuito Urbano 2023, promovido pelo ONU-Habitat, um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) focado em discussões sobre planejamento urbano para cidades sustentáveis.

O painel foi formado por Késia Braga, gerente de Sustentabilidade e Economia da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Eduardo Kaplan, chefe do Departamento de Estratégia Social e Territorial do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Marilda Galindo, gerente estadual de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste.

Da parte do Governo Municipal, participaram o chefe do Gabinete Civil, Lucas Dias, e os secretários Rodrigo Bulhões, de Finanças e Execução Orçamentária, e Ana Cláudia Passos, de Meio Ambiente.

A atividade foi transmitida ao vivo e permanece disponível no YouTube, neste link. Os dois webinários anteriores do ciclo, realizados na segunda-feira (16) e na terça-feira (17), abordaram, respectivamente, os temas “Diálogos Sobre Economia Circular” e “Diálogos Sobre Planejamento Urbano Integrado“. Ambos também podem ser acessados na plataforma on-line.

A titular da Semma, Ana Cláudia Passos, considerou o painel “um espaço riquíssimo”, pelo nível das discussões. “Isso nos possibilita dialogar sobre temas extremamente importantes para os municípios. São três dias maravilhosos de debates. Conseguimos contemplar muita coisa boa. Agradeço a todos os que acompanham a gente”, ressaltou a secretária.

Como ocorreu nos seminários anteriores, a discussão foi mediada por Ludmila Araújo, coordenadora do Núcleo ODS da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). ODS é a sigla com que o ONU-Habitat se refere aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma série de metas estabelecidas pela ONU para serem atingidas nos próximos sete anos – a chamada Agenda 2030.

Financiamento e sustentabilidade

A necessidade de financiamento para iniciativas sustentáveis foi uma das tônicas do webinário. Falando em nome da ABDE, Késia Braga explicou sobre a estrutura e o funcionamento do Sistema Nacional de Fomento (SNF), formado por 34 instituições que atuam em diferentes segmentos, abrangendo bancos federais e estaduais dedicados a atividades cooperativas, comerciais e de desenvolvimento, além de agências de fomento e de órgãos como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

“Temos diversas instituições de diferentes tamanhos que atuam com esse olhar local, também. Que atuam com proximidade e apoio aos municípios, fazendo a capilaridade dos recursos nacionais”, informou a gerente da ABDE. “Todas essas instituições atuam nacionalmente, de forma coordenada e conjunta, para o desenvolvimento econômico, social e sustentável”, reforçou.

Eduardo Kaplan parabenizou a Prefeitura de Vitória da Conquista pela organização das discussões presentes no painel. Em seguida, destrinchou a visão estratégica do BNDES no que diz respeito aos temas caros à Agenda 2030: “O BNDES constrói, neste momento, uma visão de futuro que nos inspira, que é nos fortalecermos enquanto um banco de desenvolvimento digital, inclusivo, industrializante e tecnológico. Todas essas dimensões contribuem e são vetores essenciais para a construção de um mundo sustentável, em um período de mudanças climáticas aceleradas”.

Marilda Galindo, do Banco do Nordeste, trouxe informações sobre as ações de sustentabilidade e de financiamento sustentável que permeiam a agenda da instituição bancária regional. “Falar de sustentabilidade, para o Banco do Nordeste, é falar de responsabilidade social, ambiental e climática. E é também falar de gestão ambiental e empresarial, pois o banco entende que, para que haja o desenvolvimento regional, é preciso conciliar lucratividade e preservação dos recursos naturais”, definiu.

Desafios globais e locais

Ao tratar dos investimentos e prioridades que orientam o Governo Municipal, o chefe do Gabinete Civil, Lucas Dias, mencionou o que considera “temas que são essenciais para o desenvolvimento da nossa sociedade, não só no presente, mas no futuro”, a exemplo da demanda por desenvolvimento urbano, sem que isso agrida o meio ambiente. Referiu-se à lógica ambiental que permeia os objetivos do Projeto de Saneamento Integrado e Urbanização de Vitória da Conquista, recentemente aprovado na Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), instância que compõe a estrutura do Ministério do Planejamento.

“Nós já passamos a fase da aprovação da Cofiex. Depois, tivemos a negociação das minutas. Estamos, agora, em fase de trâmite na STN, em relação à questão fiscal do município e às condições de pagamento. Acreditamos que, ainda em 2023, devemos assinar o contrato para essas obras iniciarem no próximo ano. E o grande apelo desse projeto, é o apelo ambiental”, declarou Lucas.

Os desafios da agenda ambiental global, vivenciados diariamente nos municípios, foram ressaltados pelo secretário municipal de Finanças e Execução Orçamentária, Rodrigo Bulhões: “É necessário quebrar paradigmas, pensar diferente, porque não é fácil fazer gestão pública em meio a todas as dificuldades, em meio a todas as despesas que permeiam o município: investir em educação, saúde, urbanismo, entre outras coisas mais, mas sempre com um viés de resiliência e sustentabilidade”.

Qualificando o debate

Para Ludmila Araújo, o alcance das discussões foi satisfatório, já que as três transmissões ao vivo somaram, juntas, mais de 600 visualizações no canal do Circuito Urbano no YouTube. “Tivemos cerca de 200 pessoas passando por cada um desses webinários. Acredito que a gente conseguiu atingir, sim, o objetivo de qualificar o debate público sobre todas essas temáticas”, avaliou a coordenadora do Núcleo ODS da Semma.