Em Vitória da Conquista, o artista se encontrou com duas paixões: a aviação e o contato com o público no Forró Pé de Serra do Periperi

Alguns músicos faziam a passagem de som no palco do Centro Glauber Rocha – Educação e Cultura, no final da tarde dessa sexta-feira, 20. Enquanto isso, uma caminhonete escura estacionou na praça de eventos do Centro. Alguns homens saltaram do veículo. Um deles se destacava por trajar um inusitado macacão verde, com logomarcas da Força Aérea Brasileira (FEB).

Não era exatamente o traje que se poderia esperar de um cantor de forró. Mas quem o vestia não era outro senão Waldonys, embora nem mesmo o mais fanático de seus fãs imaginasse encontrá-lo ali, naqueles trajes. O uniforme, aliás, não era por acaso. No peito, o artista trazia uma plaqueta que comprovava sua condição de membro honorário da Esquadrilha da Fumaça.

Waldonys, sobre Dominguinhos: “Minha amizade com ele foi e é tão grande que transpassou a história da música”

Sim, além da sanfona, Waldonys também tem paixão pelos pequenos jatos que fazem arrojadas evoluções no ar. Foi esse o motivo pelo qual ele ainda ostentava o traje de aviador. Minutos antes, dera uma palestra a outros aficionados da aviação, e até arriscara algumas manobras aéreas. Agora, já no espaço de eventos, ele se preparava para se dedicar ao principal compromisso que o trouxe à cidade: ser a atração convidada da terceira noite do Forró Pé de Serra do Periperi, evento promovido pela Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer.

Amizade com Dominguinhos– Waldonys vai se apresentar num evento que homenageia um de seus grandes amigos: o mestre Dominguinhos. “Minha amizade com ele foi e é tão grande que transpassou a história da música, quase que de pai para filho. E, inclusive, respeitando as diferenças, porque ele não tinha medo de avião: tinha era pavor. E eu sou um amante da aviação. A gente se dava muito bem, mesmo com essas diferenças”, contou o artista, bem-humorado e ainda vestido como aviador.

‘Escola gonzaguiana’ – O que esperar, então, do show de Waldonys no Forró Pé de Serra do Periperi? É o próprio artista quem define seu espetáculo: “Tem de tudo um pouco, mas não deixa as raízes de lado. Venho de uma escola gonzaguiana. Comecei na década de 80, conheci o seu Luiz Gonzaga, com muita sorte e fui apadrinhado por ele, o que é motivo de muito orgulho para mim. E o Dominguinhos também. Então, não faço hoje um show só de Luiz Gonzaga e Dominguinhos, mas tenho como referência muito forte essa escola que eu cursei”.