No encerramento das atividades do Vozes de Março, a Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (SMPM), em parceria com a Coordenação de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT, realizou nessa segunda-feira (31), uma roda de conversa com mulheres transsexuais e travestis.

Transbordando Orgulho e Mudança

“Transbordando Orgulho e Mudança” foi o tema da discussão conduzida por Denise Ventura, primeira mulher trans a passar em concurso público municipal em Vitória da Conquista, por Tiêta Rodrigues (Flávia), presidente do Coletivo Finas, e Luna Ravena, ativista. A atividade foi proposta com o objetivo de ser um espaço de representação, aberto para fala e escuta, de vozes que costumam ser silenciadas, e para promover a visibilidade para todas as mulheres do município.

Luna, Tiêta e Denise

A conversa foi aberta para as mulheres da comunidade, que puderam ouvir sobre a luta por oportunidades dignas de acessar o mercado de trabalho ou de serem tratadas pelo nome social, com relatos de experiências pessoais, narrando aspectos que permeiam sua vivência, como o preconceito e a resistência. As ministrantes ressaltaram o princípio de que as mulheres são diversas, bem como a importância dessa diversidade.

A secretária Viviane Ferreira destacou a importância dessa oportunidade de diálogo “Hoje estamos encerrando a programação de março, em que nós visitamos todos os cantos da cidade, levando uma mensagem para todas as mulheres nos seus diversos recortes. Trabalhar a pluralidade, desenvolver políticas públicas que realmente abracem todas as mulheres, e o papel do poder público é esse, garantir direitos para todas. Estamos felizes em finalizar o mês demonstrando que a SMPM é diversa, plural e, sobretudo, igual.” disse Viviane.

Coordenador de Direitos de LGBT+, José Mário pontuou sobre os desafios diários que essas mulheres enfrentam. “Este momento é necessário para dar voz a quem de fato precisa de voz, uma minoria dentro das minorias. Esse é um lugar de fala e de espaço, que essa mulher em construção, em transição, reivindica sua identidade feminina. A intenção é ouvi-las, trazer inclusão e diversidade e mostrar que nossa gestão tem um compromisso com todos os corpos, para empoderar e desconstruir o preconceito”, declarou o coordenador.

Denise Ventura

O sentimento que Denise Ventura revelou foi de orgulho, em poder compartilhar sua história. “É muito importante porque nossas vozes são silenciadas, e assim temos o reconhecimento de que somos cidadãs. É um momento de conscientização, para construir um olhar diferente com esse público que sofre tanto preconceito, e hoje nós estamos debatendo nosso espaço. É uma oportunidade ímpar, me sinto orgulhosa por estar aqui contribuindo com minha experiência”.