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Postado em 16 de agosto de 2013 as 12:54:35
Somente este ano, o Município recebeu visitas de grupos de Cuba e Moçambique
É comum comitivas de outros municípios visitarem Vitória da Conquista e conhecerem de perto iniciativas desenvolvidas pela Prefeitura Municipal. No entanto, esse interesse é despertado também em âmbito internacional. Grupos de visitantes de outros países também costumam visitar o município – e, por vezes, esse contato evolui para iniciativas práticas, das quais podem surgir, futuramente, benefícios indiscutíveis.
É o caso do Projeto Conquista, desenvolvido em parceria por Brasil e Cuba. Trata-se de um projeto piloto de cooperação entre os dois países, cujo principal objetivo é criar novas condições para o tratamento do câncer. O propósito é modificar o olhar sobre essa doença, fazendo com que passe a ser tratada a partir da atenção primária. Pretende-se que o câncer deixe de ser visto somente como uma doença terminal e passe a figurar como doença crônica. Vitória da Conquista foi o município brasileiro escolhido para fazer parte da parceria. Da parte de Cuba, a escolhida foi a Província de Vila Clara.
O acordo de cooperação com Cuba foi assinado oficialmente em 15 de março de 2013. Além de trazer novas perspectivas para o tratamento do câncer, a parceria internacional envolve ainda a colaboração no campo da produção de biotecnologia. O intercâmbio de informações entre cubanos e brasileiros tem sido constante. Em maio, por exemplo, esteve em visita a Vitória da Conquista a médica cubana Gisela Abreu, da Sección Independiente de Control de Cáncer, órgão ligado ao Ministério da Saúde Pública de Cuba (Minsap).
Na ocasião, Gisela assinou, com o prefeito Guilherme Menezes, a carta de intenções do projeto, e participou de um seminário sobre o tratamento do câncer a partir da atenção primária, em que foram realizadas conferências sobre a situação da doença em Cuba e no Brasil.
‘Boas práticas’ – A rede municipal de saúde de Vitória da Conquista despertou também o interesse de um grupo de assessores do Núcleo Provincial de Combate ao HIV/Aids que atua na Província de Gaza, em Moçambique. Eles estiveram na cidade em março, pouco após a oficialização do acordo com Cuba. Naquele momento, conheceram de perto o funcionamento de alguns serviços oferecidos pela rede municipal de saúde. Primeiro, foram à Unidade de Saúde da Família do distrito de Capinal, onde presenciaram o atendimento à população rural. Em Gaza, eles atuam num cenário semelhante, já que 75% da população da província vivem na zona rural.
Em seguida, a comitiva esteve no Centro de Atenção e Apoio à Vida Dr. David Capistrano Filho (Caav), que presta atendimento a cerca de 700 pessoas soropositivas, tanto de Vitória da Conquista quanto de outros municípios da região. A visita dos moçambicanos também foi motivo para o início de um intercâmbio de informações com o Governo Municipal.
Na ocasião, a secretária municipal de Saúde, Márcia Viviane Araújo, destacou o acolhimento da Administração Municipal aos visitantes: “Para nós é um prazer enorme receber mais uma vez uma comitiva de outro país. Na última semana estivemos com a equipe de Cuba, e agora com a de Moçambique, que vem para colher informações sobre nossas boas práticas em saúde, sobretudo, na área de controle da aids”.
Compromisso reiterado – Esse intercâmbio foi reiterado nesta semana, quando outra comitiva proveniente de Moçambique esteve no município e, mais uma vez, atraída pelo fato de Vitória da Conquista ser referência no atendimento a doenças sexualmente transmissíveis, HIV/Aids e hepatites virais. Desta vez, o grupo foi da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), que também atua na província moçambicana de Gaza.
Para a brasileira Mia Okamura, que vive há seis anos em Moçambique, onde lidera o projeto desenvolvido em Gaza, a visita foi uma oportunidade de agradecimentos e reafirmação da parceria com o Governo Municipal. “Pretendemos continuar com o intercâmbio de informações, principalmente no que se refere à gestão e ao processo de trabalho. Acreditamos que Vitória da Conquista possa contribuir para a motivação dos profissionais de Moçambique e evitar que eles desistam da luta contra a aids”, disse.