O Janeiro Roxo está contando com uma extensa programação de atividades promovidas pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, desde a mobilização dos profissionais dos serviços públicos de saúde até a comunidade em geral, para a campanha de conscientização contra a Hanseníase.

Na manhã desta terça-feira (14), foi realizada uma palestra para os pacientes que estavam na sala de espera do Centro Municipal de Pneumologia e Dermatologia Sanitária, serviço de referência para o tratamento da Hanseníase no município. O objetivo da ação foi informar sobre os sinais que evidenciam a presença da doença, o diagnóstico e tratamento precoces para evitar danos neurais, além da investigação de contatos que convivem ou conviveram de forma prolongada, com pessoas diagnosticadas com a doença.

“A gente entende que esse mês é muito importante porque temos que conscientizar a população sobre a doença. As pessoas acabam se reconhecendo possíveis portadores da doença e procuram os serviços de saúde. Também estamos alertando os profissionais de saúde sobre o diagnóstico, considerando o nosso município como sendo de alta endemicidade para Hanseníase”, explica Monique Grijó, enfermeira responsável pelo serviço de Hanseníase do Centro Municipal de Pneumologia e Dermatologia Sanitária.

Lourivaldo Pereira tem apoiado e acompanhado o seu amigo durante o tratamento da Hanseníase e conta que antes não tinha noção exata do que significava a doença. “Levei ele na UPA com alguns sintomas, o médico examinou e percebeu alguns sintomas da Hanseníase. Fomos orientados a buscar o tratamento aqui e foi quando realmente detectou a presença da doença. Eu, particularmente, não tinha muita noção do que era a Hanseníase, porque, inicialmente, eu achava que a doença era só manchas na pele e tem muitos outros sintomas desenvolvidos a partir disso. Isso me levou ao conhecimento que vai ser muito útil para que eu possa levar para outras pessoas”, conta ele.

A Hanseníase tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. Em Vitória da Conquista, o serviço de referência acolhe, faz o tratamento e acompanhamento dos pacientes que residem no município. “Temos uma perspectiva de começar neste ano a descentralizar o tratamento para as unidades de saúde, que é uma medida que o Ministério da Saúde implementa em todo Brasil. Estamos caminhando nesse sentido para que esses pacientes não fiquem só restritos ao atendimento aqui, mas que possam ter o tratamento ainda mais perto deles”, pontua a enfermeira.

A enfermeira do serviço ainda alerta para a necessidade de identificar mais pessoas com características mais frequentes da doença como as manchas claras, róseas ou avermelhadas na pele, dormências e formigamentos. Além de também estarem em alertas aos contatos, pois não adianta apenas realizar o tratamento da pessoa com hanseníase, mas também focar na rede de convívio para conseguir quebrar a cadeia de transmissão da doença.