Em cerimônia realizada na Casa Memorial Régis Pacheco, na noite dessa segunda-feira (2), foram empossados os dez representantes da sociedade civil (cinco titulares, cinco suplentes) que foram eleitos durante a Conferência Municipal de Cultura, no dia 11 de setembro, e vão compor a gestão do Conselho Municipal de Cultura no biênio 2023-2025.

Um a um, os novos conselheiros titulares e suplentes se apresentaram e assinaram a ata referente a processo eleitoral ocorrido no primeiro dia da Conferência Municipal de Cultura, lida pelo ex-secretário do Conselho, Marley Vital. Ainda serão indicados seis nomes que fazem parte do Governo Municipal, sendo três titulares e três suplentes, e outros quatro, por parte da Câmara de Vereadores – dois titulares e dois suplentes.

Assim que todas as indicações forem oficializadas, serão 20 conselheiros, divididos em dez titulares e dez suplentes, contemplando a sociedade civil e os poderes Executivo e Legislativo.

Alecxandre Magno, Marley Vital, Xangai e Jeremias Macário

Aprendizado, experiência e diálogo

Entre os que integraram a gestão anterior, houve o consenso de que o Conselho atuou dentro de suas possibilidades – inclusive, na realização da recente Conferência Municipal de Cultura. “Demos nossa contribuição. Tivemos erros, sim. Acertamos em algumas coisas, erramos em outras. Mas o nosso esforço não foi inválido. E nós continuamos fazendo a nossa cultura”, afirmou o ex-presidente do órgão, Jeremias Macário, que se colocou à disposição dos sucessores para o processo de transição.

Os componentes da mesa também fizeram referência ao que consideraram uma experiência enriquecedora, do ponto de vista do amadurecimento que a atuação no Conselho proporcionou a quem compôs a gestão. “Foi muito proveitosa a atuação do Conselho anterior. De coração, devo agradecer a todos pela atuação, pelo empenho, pelo trabalho que vocês fizeram com carinho e responsabilidade”, disse Xangai, secretário municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer.

“É uma grande oportunidade de aprendizagem participar de um conselho, representando a sociedade civil”, observou Marley. “O mais importante, num conselho, é o diálogo”, acrescentou ainda o coordenador municipal de Cultura, Alecxandre Magno.

Prioridades

Outra avaliação feita por vários participantes da cerimônia de posse foi a importância de que a nova gestão se debruce sobre a criação de um Plano Municipal de Cultura – por muitos, considerada urgente – e intensifique as discussões sobre editais de fomento e as leis Paulo Gustavo e Aldyr Blanc.

“Fizemos uma conferência. Acho que o foco, agora, é que essa conferência dê um resultado. E o resultado principal é que saia o Plano Municipal de Cultura. E que ele se torne lei aprovada pelo Poder Legislativo”, defendeu Jeremias Macário.

A disposição para pôr em prática essa prioridade, e ainda outras demandas, foi manifestada pelos novos conselheiros. “Estamos com essa expectativa de juntar todo mundo, de agrupar, para que tenha quórum nas reuniões, que haja participação e as decisões sejam, de fato, democráticas. Além da construção de todo um cenário da cultura conquistense que diz respeito ao patrimônio, aos equipamentos que estão desativados, à valorização dos trabalhadores da cultura”, observou a conselheira titular Mickelle Xavier, que é pedagoga, gestora da Biblioteca Comunitária do Miro Cario e recém-eleita, no domingo (1º), para a nova composição do Conselho Tutelar de Vitória da Conquista.

Reconhecimento

Outro membro titular, o artista plástico indígena Vando Oliveira, pretende atuar para que artistas descendentes de povos originários locais, como ele, tenham mais reconhecimento no cenário artístico. “Meu interesse é representar uma classe de artistas que não é visível à sociedade conquistense”, explicou Vando.

“Eu, artista indígena, descendente dos mongoiós paneleiros daqui do Planalto da Conquista, a minha obra não é visível, como a de muitos outros que têm nas comunidades quilombolas e nas periferias. Então, minha sede é justamente gritar o nome desses artistas para que eles também venham participar e mostrar as suas obras, que são importantes para a memória de Conquista”, contou o artista, que cresceu na comunidade quilombola de Ribeirão dos Paneleiros, na região do distrito de José Gonçalves, e mistura influências das ancestralidades africana e indígena em suas esculturas.

Confira a nova composição do Conselho Municipal de Cultura, que vai atuar entre 2023 e 2025:

Eixo 1 – Artes Plásticas e Visuais, Audiovisual (gráfica, gravura, artesanato, fotografia e exposição)

Titular: Gilvandro Gonçalves de Oliveira/ Suplente: Bartira Oliveira

Eixo 2 – Música

Titular: Alex Alves Reis / Suplente: João Omar de Carvalho Melo

Eixo 3 – Artes Cênicas (cinema, teatro, circo, ópera, mímica e dança)

Titular: Lívia Cerqueira Ribeiro / Suplente: Mateus Oliveira Amaral

Eixo 4 – Literatura, Livro, Leitura e Biblioteca

Titular: Mickelle Xavier Santos / Suplente: Paulo Henrique Cardoso Medrado

Eixo 5 – Patrimônio Cultural Material (patrimônio histórico) e Imaterial (culturas populares)

Titular: Robson Rocha Porto / Suplente: Diane Vieira de Jesus