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Postado em 13 de outubro de 2022 as 17:05:39
As equipes de saúde mental dos Centros de Assistência Psicossocial do município – Caps II, Caps ADIII e Caps ia – participaram na tarde desta quinta-feira (13), no auditório da Rede de Atenção à Criança e ao Adolescente, de uma oficina reflexiva sobre a prevenção ao suicídio, com relação aos casos de pacientes recebidos pelos serviços.
Os profissionais assistiram a vídeos do curso ofertado pela UniverSUS, uma plataforma do SUS, que está disponibilizando cursos à distância que abordam tanto para a prevenção do suicídio, quanto à prevenção da automutilação. “A ideia é que a partir desse material, que é generalista e traz dados nacionais com contexto de diversos espaços, a gente consiga transpor para a nossa realidade e tentar identificar como vamos poder potencializar as nossas ações de prevenção e promoção à saúde mental e também de prevenção do suicídio dentro dos serviços”, explicou Aracely Paiva, psicóloga e coordenadora de apoio técnico de saúde mental.

Bianca Teixeira, farmacêutica do Caps ia
A farmacêutica do Caps ia, Bianca Teixeira, afirmou que a questão do suicídio é uma situação diária com a qual precisa lidar na sua rotina de trabalho e, por isso, é necessária essa troca de experiência com outros profissionais da rede para dispor de mais instrumentos para lidar com os usuários acolhidos. “É uma luta diária. Após a pandemia, algumas pessoas se desorganizaram muito, não têm nem conseguido voltar às aulas por conta de crise de ansiedade, pensamentos de morte, isolamento, então é um adoecimento”, contou Bianca, que complementou: “Precisa realmente dar foco nesse assunto nas escolas, unidades de saúde, nos ambientes sociais, porque causa muito sofrimento e essa pessoa pode se tornar um adulto não funcional”.
Após o período mais crítico da pandemia, os serviços de saúde mental registraram um aumento significativo da demanda de pessoas em sofrimento mental. A coordenadora relatou que no caso dos adultos, as situações estiveram vinculadas às perdas materiais e do poder aquisitivo, além da capacidade de trabalho. Entre adolescentes e crianças, os casos estão relacionados ao afastamento do grupo social, pois com a suspensão das aulas presenciais, eles ficaram restritos ao ambiente doméstico, o que acaba aumentando a convivência com outros fatores de sofrimento.

Aracely Paiva
“Sentimos um aumento muito grande em todos os serviços, mas principalmente o Caps II, Ambulatório e Caps ia, e no Caps AD a gente percebeu um movimento migratório de substâncias ilícitas para substâncias lícitas, que é o álcool, até pela questão do fácil acesso. São demandas de pessoas em sofrimento, de tentativas de suicídio e também de suicídio, infelizmente”, afirmou Aracely.
Nesse sentido, o tema discutido na oficina envolveu características singulares relacionadas à infância e adolescência, bem como pessoas em sofrimento mental por fatores específicos ou por abuso de substâncias, com o intuito de fazer um desenho desses perfis que são diferentes no que diz respeito aos fatores de risco e proteção que precisam ser discutidos constantemente.