Desenvolvimento Rural
Postado em 29 de janeiro de 2018 as 15:59:31

Roque Santos mora em frente ao açude do povoado de Gameleira
Água dos reservatórios serve para animais e permite pequenas irrigações
“Praticamente fizeram outro açude”, diz o agricultor Roque Santos, 40 anos, enquanto observa o reservatório em frente à sua casa, no povoado de Gameleira (a 25 quilômetros da zona urbana, na região de Bate-Pé). Ele se refere ao trabalho de limpeza e ampliação, feito ali pela Prefeitura em dezembro de 2017.
Antes, o açude era mais raso. A “bacia” estava assoreada, dominada por taboas, e não acumulava água havia tempo. Atendendo a solicitações da comunidade local – e com o auxílio de moradores, que roçaram previamente a vegetação de taboa –, a Prefeitura enviou máquinas para retirar o assoreamento, cavar para aumentar a profundidade e permitir que o açude pudesse acumular maior quantidade de água do que antes.
Além disso, a equipe técnica construiu um barramento mais robusto e o dotou com manilhas. Assim, a água terá por onde escoar quando houver o “sangramento”.
Para sorte da população local, as chuvas de dezembro começaram a cair poucos dias após as intervenções no açude. Depois de quatro precipitações, já nos primeiros dias de janeiro de 2018, o espelho d’água ficou bem visível.
Embora não tenha ainda chegado a “sangrar”, o açude já voltou a servir como bebedouro para os animais – como os dois cavalos que servem à família de Roque. “Aqui era difícil. Os animais passavam sede. Hoje, eles vêm, bebem a aguinha deles e vão embora”, conta o agricultor.
Os moradores também se beneficiaram. Através de pequenos sistemas de irrigação por gravidade, eles cultivam hortas de coentro e cebola às margens do espelho d’água. Roque diz que já pensa em comprar uma bomba para molhar suas plantações de condimentos. “Melhorou, e muito”, afirma Roque.
‘Sobrevivência’ – Ao longo do ano passado, serviços como o de Gameleira também foram feitos num açude de maior porte, no distrito de Bate-Pé, e em outros reservatórios, localizados nos povoados de Itaipu e Baixa do Cedro – ambos localizados na região de José Gonçalves. Apenas em Itaipu, por exemplo, foram desassoreados e ampliados três açudes de uso coletivo.
Esse tipo de ação, visando ao armazenamento de águas pluviais, leva em consideração o fato de que parte considerável do território de Vitória da Conquista – entre 65% e 70%, segundo a secretaria municipal de Agricultura – é ocupada pelo semiárido.
“Neste ano de 2018, nós vamos intensificar esse tipo de trabalho, porque ele tem grande importância para a sobrevivência e para a mitigação dos problemas advindos do regime pluviométrico baixo do semiárido”, informa o secretário municipal de Agricultura, Paulo César Oliveira.

As ações de melhoria dos açudes serão intensificadas em 2018