Adolescentes em conflito com a lei, encaminhados pela Vara da Infância e Juventude, recebem assistência integral no Programa Novo Olhar. O serviço, oferecido pela Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, executa dois tipos de medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): liberdade assistida e prestação de serviço para a comunidade.

A equipe do Novo Olhar possui duas psicólogas, duas assistentes sociais, duas pedagogas, uma coordenadora e um advogado. Desde que foi criado, em 2010, o programa já atendeu 251 adolescentes, na faixa etária de 12 a 21 anos, oferecendo acompanhamento familiar, oficinas pedagógicas e assistência psicológica. Atualmente, 91 jovens recebem ampla assistência da equipe multidisciplinar, que busca reforçar os laços familiares e comunitários.

Ernesto Silva Dantas

O advogado do programa Ernesto Silva Dantas conta que o foco é promover a profissionalização, a cidadania e a educação dos adolescentes. “Nós trabalhamos com o retorno dos jovens para a escola, bem como os direcionamos para cursos profissionalizantes e projetos paralelos de cunho social em instituições parceiras. A cidadania é tratada nos atendimentos e nas oficinas de psicologia, pedagogia e direito”, explica Ernesto.

Assistência psicológica– O núcleo de psicologia do Programa Novo Olhar atua em dois focos. O primeiro deles é o atendimento individual, de cunho psicossocial, em que se trabalha com o adolescente desde a sua chegada, levantando dados sobre sua história e o início da vivência infracional. O segundo, por sua vez, é o atendimento em grupo, no qual são levantadas questões relacionadas ao autoconhecimento, ao contexto familiar e à maneira como a vivência infracional entra nesse contexto e o impacto que ela gera.

Mariana Barra

As atividades têm como objetivo não só evitar que o adolescente em conflito com a lei venha novamente a praticar um ato infracional, mas, sobretudo, ajudá-lo na construção de novas perspectivas. “O mais importante diz respeito ao projeto de vida desses jovens. Nós notamos que eles têm uma grande dificuldade em construir esse projeto, então nosso papel é auxiliá-los nesse processo”, explica a psicóloga Mariana Barra.

Resposta Positiva – Muitos adolescentes que passaram pelo Novo Olhar têm entrado em contato com a equipe do programa, contando como a medida socioeducativa agiu de forma positiva em suas vidas. “Recentemente, nós recebemos a visita de dois jovens que cumpriram a medida socioeducativa de liberdade assistida e abriram uma pequena empresa de serigrafia após o curso que fizeram aqui no programa. Eles se apropriaram da oportunidade que foi concedida e isso é muito gratificante”, conta Ernesto.