Como parte da programação do evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, promovido pela Prefeitura nessa quarta-feira (8), no Centro Cultural Glauber Rocha, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) localizado no Nossa Senhora Aparecida, levou ao palco a sanfoneira Maria da Conceição Teixeira (conhecida como Gudinha da Sanfona), a cantora Maria de Melo e a violonista Fernanda Correia, três representantes do bairro, onde fica a sede do serviço. E elas deram um show.

Dividindo o palco com o violonista Gérson e a cantora Maria de Melo, a usuária do serviço, Maria da Conceição, de 61 anos, tocou na sanfona alguns temas clássicos do cancioneiro nordestino, como Mulher Rendeira e Asa branca. “Nem parece que estou com 61 anos. Estou feliz, vivendo o agora, pois eu venci uma batalha muito grande”, revelou Maria da Conceição, confidenciado ter superado o vício em álcool há cinco anos.

Em pleno Dia Internacional da Mulher, ela deu uma mostra do que sabe fazer com a sanfona, instrumento que aprendeu a tocar aos 14 anos. “Meu pai era um sanfoneiro muito conhecido aqui. Quando ele saía, eu ia lá, pegava a sanfona dele e começava a treinar. E fui aprendendo”, contou Maria, que faz parte do grupo de senhoras Viva Alegria, mantido pelo Cras Nossa Senhora Aparecida, onde participa de uma série de atividades lúdicas. Segundo ela, seu principal objetivo, hoje, é ter sua própria sanfona.

 

Outra beneficiada pelo serviço a se apresentar foi a cantora e violonista Fernanda Correia, de 21 anos, que cantou as canções Ela encanta (Marina Peralta), Coisa linda (Tiago Iorc) e Dona de mim (IZA). Segundo Fernanda, sua apresentação valeu pela representatividade. “No meio musical, vejo bem mais homens tocando do que mulheres. Então, aqui eu me senti empoderada”, disse a jovem, que aprendeu as primeiras notas quando tinha 13 anos, em aulas de violão oferecidas pelo Cras Nossa Senhora Aparecida.

“Isso mostra o quanto o nosso território têm bons valores”, comentou Marli Cruz, gerente do Cras 7. O serviço mantém 3,5 mil famílias referenciadas, espalhadas por localidades urbanas, como Lagoa das Flores, Distrito Industrial e os bairros Iracema e parte do Ibirapuera, e também por regiões rurais, a exemplo de Periperi, Cedro e Fazenda Paixão.