Vanessa quis registrar cada obra que lhe encantou para depois compartilhar com seus familiares e amigos

Iniciativa faz parte do projeto realizado pela Fundação de Saúde: o “Práticas Integrativas: A arte no ambiente hospitalar”

Helena, primeira filha de Vanessa Brito, 21 anos, nasceu há 17 dias de uma gestação de 32 semanas no Hospital Municipal Esaú Matos, administrado pela Fundação Pública de Saúde. Desde então, a bebê está internada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Vanessa teve de reorganizar a rotina para passar ainda mais tempo com a filha e aprender a lidar com os procedimentos que Helena, prematura, precisa passar.

Mas, nesta terça-feira (17), ao lado de outras quatro mães, cujos filhos também estão internados na UTIN do Esaú Matos, Vanessa viveu um dia diferente. Elas, que em sua maioria não são de Vitória da Conquista, saíram do hospital e foram à Casa Memorial Régis Pacheco prestigiar a exposição “São Francisco, Destino, Resistência e Fé”, do artista plástico Jota Vieira, promovida pela Secretaria de Cultura.

Acompanhadas pela técnica em Assuntos Culturais, Daisy Andrade, as mães foram apresentadas às obras e técnicas utilizadas pelo próprio escultor Jota Vieira

“Estávamos precisando disso porque estamos estressadas, nervosas, ansiosas por conta dos nossos filhos estarem internados, de ainda não termos deixado a maternidade com eles nos braços. Então, nos trazer aqui foi muito bom porque, por mais que nosso pensamento esteja com nossos bebês, conseguimos nos desligar um pouco do ambiente em si. A cada explicação sobre as obras, ‘viajávamos’ em outro mundo”, destacou Vanessa.

Mesma opinião teve outra mãe que também visitou pela primeira vez o Memorial. “Achei muito boa esta visita porque nos distraímos, saímos daquela rotina que, às vezes, é estressante, conversamos mais umas com as outras e vimos obras de arte que, geralmente, só vemos pela tv”, salientou Fabiana de Oliveira, 25 anos, natural de Caetanos e mãe de Lázaro, nascido há 20 dias de uma gestação de 32 semanas.

Assim como as demais mães, Fabiana de Oliveira (de óculos) ficou encantada com a escultura “Mãe Natureza”, esculpida em madeira

A iniciativa faz parte do projeto realizado pela Fundação de Saúde, o “Práticas Integrativas: A arte no ambiente hospitalar”. “Com esse projeto, buscamos, com a parceria da psicóloga da UTI, Luciana Luz, fazer com que as mães tenham experiências artísticas, leva-las para os espaços culturais de Conquista, tirando essas mães da rotina hospitalar”, contou a idealizadora do projeto, a técnica em Assuntos Culturais do Esaú, Daisy Andrade.

A expectativa, como conta o diretor geral da Fundação, Felipe Bittencourt, é de que essa experiência possa ajudar inclusive na recuperação dos próprios bebês. “Isso porque este formato, em que a gente leva cultura, entretenimento e lazer para essas mães, faz com que elas consigam ficar preparadas internamente para se doarem 100% aos seus filhos e, assim, o bebê se recupera mais rápido”, enfatizou.

Por meio do “Práticas Integrativas: A arte no ambiente hospitalar”, as mães já participaram de uma aula de doces finos, com a Doce e Festa (parceira da instituição), e vão assistir sessões de cinema e espetáculos culturais. Além disso, já são oferecidos cursos dentro do próprio hospital, de trabalhos manuais e teatro.

O “Pé de Mesa” chamou a atenção do grupo