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Postado em 29 de janeiro de 2020 as 17:43:23
Pensando em estender o cuidado e o acesso à informação para a rede de convívio do paciente com Hanseníase, o Centro Municipal de Tuberculose e Dermatologia Sanitária promoveu, nesta quarta-feira (29), um encontro do grupo de autocuidado, formado por pacientes do serviço e seus familiares, com o tema “Como proteger a minha família da hanseníase”.
A ação é realizada rotineiramente no Centro e é intensificada durante o mês de campanha do Janeiro Roxo, que alerta a população para o diagnóstico precoce da Hanseníase, transmitida através da respiração de uma pessoa infectada para outra, durante o convívio diário e prolongado. “Os pacientes precisam estar atentos em relação aos contatos porque não adianta a gente focar somente no tratamento da pessoa doente, precisamos focar também na rede de convívio do paciente, caso contrário, não conseguimos quebrar a cadeia de transmissão”, explica Monique Grijó, enfermeira responsável pelo serviço de Hanseníase do Centro Municipal de Pneumologia e Dermatologia Sanitária.
Uma das pacientes atendidas pelo serviço é a aposentada Janete Pereira, que descobriu a existência da doença em 2016 após uma amiga ter sugerido que ela estaria com Hanseníase e o diagnóstico foi confirmado após uma biópsia. “Comecei o tratamento, fui melhorando e sempre tive a fé como base na minha luta. Com dois anos tive alta, mas depois vieram reações terríveis e agora eu descobri que ainda estou com a doença e vou ter que começar tudo de novo. Mas eu não penso em desistir. Vou fazer meu tratamento e ajudar outras pessoas porque não é fácil conviver com a hanseníase. É difícil conviver com as dores, as manchas e o preconceito das pessoas”, conta Janete.
De acordo com Fernanda Couto, coordenadora do Centro, o grupo de autocuidado é um componente indispensável numa rede de cuidado e apoio ao paciente de Hanseníase: “Primeiro porque temos abertura e um tempo mais livre para que eles se expressem e tirem suas dúvidas. Portanto, esse contato com a equipe é feito de um modo mais integral. A relação com as pessoas que acompanham o paciente é muito importante para diminuir o preconceito e aumentar o esclarecimento das pessoas acerca do agravo”, ressalta a coordenadora.