Cultura, Turismo, Esporte e Lazer
Postado em 3 de agosto de 2022 as 07:21:56
Entre os mais de 420 alunos que frequentam as aulas do Conservatório Municipal de Música há um grupo de estudantes diagnosticados com transtornos merecedores de atenção especial por parte dos professores. Com esta preocupação, a coordenação do conservatório ofereceu à equipe, na tarde de ontem (2), uma momento de aprendizado sobre conceitos básicos da educação especial.
Para esse momento de capacitação específica, foi convidada a equipe de Educação Especial do Núcleo Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação (Smed). Além dos professores, a formação envolveu servidores ligados a outros setores do Conservatório, como o de serviços gerais.
“Este encontro é o primeiro de muitos outros. Pretendemos, a priori, apresentar a importância da inclusão para toda a equipe do Conservatório”, garantiu a pedagoga Nayara Lima, que integra a equipe. “Nós entendemos que somos uma escola regular, embora estejamos ligados à Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. E, por isso, precisamos ofertar um ensino de qualidade para o nosso público”, afirmou Nayara.
Reforçando a inclusão
Segundo o coordenador do Conservatório, Alex Lacerda, os transtornos do espectro autista são os mais comuns entre os laudos médicos apresentados pelos alunos. Ele avalia que há outros casos de estudantes que ainda não receberam o devido diagnóstico. “Nosso objetivo, com essa capacitação, também é fazer com que os professores possam identificar esses alunos e, a partir daí, sinalizar aos pais deles sobre a necessidade de se buscar profissionais que possam diagnosticá-los”, explicou Alex.
O conservatório já teve, em seu quadro discente, pessoas com deficiência física e visual, entre outras especificidades educacionais. Isso levou a equipe a tomar medidas pedagógicas para atender a essa demanda por inclusão – como, por exemplo, articular uma parceria com a Associação Conquistense de Integração do Deficiente (Acide) para conseguir que o material didático fosse traduzido para o sistema de escrita em Braille.
Curso oferece direcionamento à equipe
O professor Geslaney Brito, que dá aulas de violão clássico a cerca de 80 alunos, já se deparou com os desafios impostos pela presença de alunos com necessidade de atendimento educacional especializado. Por isso, ele considera necessária uma capacitação como a que foi oferecida. “Já tivemos alunos com algumas características que necessitavam de atenção especial, e a gente não tinha muita informação sobre como lidar, sobre como redimensionar a metodologia. E, quando a gente tem acesso a esse tipo de informação, acaba construindo uma nova metodologia e novas formas de fazer com que o aluno que tenha qualquer tipo de transtorno se sinta com acesso e com direitos”, contou Geslaney.
“Este curso nos dá uma direção, porque, até então, a gente fazia dentro do que a gente podia. E agora, vamos conseguir fazer a partir das informações. Nós também temos necessidade desse tipo de atenção”, disse o professor.
Desenvolvendo potencialidades
Mara França, que coordena a equipe de Educação Especial da Smed, acredita que o objetivo é possibilitar que o Conservatório conheça melhor as necessidades educacionais de seus alunos. “É importante saber quais são essas deficiências e como lidar com elas. O aluno com deficiência tem as suas especificidades. É preciso saber como trabalhar e como atendê-los, desenvolvendo todas as suas potencialidades. Especialmente na questão da música, que é o objetivo do Conservatório”, explicou a coordenadora.
Assim, a ideia é que esses alunos tenham acesso ao tratamento que é disponibilizado aos 1.100 estudantes com deficiência da rede municipal de ensino atendidos diretamente pela equipe de Educação Especial.