Representantes de grande parte dos municípios baianos participam do IV Seminário Estadual de Educação Integral, em Conquista

Um desafio que foi posto a todos os municípios brasileiros: oferecer educação em tempo integral em, ao menos, 50% das escolas públicas de educação básica. Essa é a meta seis do Plano Nacional de Educação e que deve ser cumprida até 2021, em pactuação entre a União, os estados e os municípios.

Na manhã dessa terça-feira, 5, a programação do IV Seminário Estadual de Educação Integral trouxe para a discussão os desafios que precisam e que já estão sendo encarados pelos governos e gestores municipais para a implantação desse sistema de educação integral. “É preciso entender que em cada cidade existe uma realidade. Os desafios são pensar um currículo real, justo e digno, e construir uma estrutura física que oportunize o acolhimento das crianças na escola pública”, destacou a professora Cláudia Cristina Pinto, representante do Comitê Estadual da Educação Integral.

Cláudia Cristina Pinto

Para incentivar a implantação do sistema na Bahia, o estado desenvolve, desde 2008, o programa que visa induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral, aderido por Vitória da Conquista no ano seguinte. “A importância desse debate é pela troca de experiência, para discutir os desafios da implantação e consolidação da educação integral, que precisa perceber a criança como uma criança que tem o direito de aprender e uma educação que dialoga com o esporte, o teatro, a cultura, a arte e com o lado emocional”, explicou a professora. A Bahia é o estado com o maior número de municípios que aderiram ao programa.

João Roberto de Araújo

Trazendo a reflexão sobre a educação emocional para o contexto da educação integral, a programação da manhã desta terça, ainda contou com a palestra do professor João Roberto de Araújo. Segundo ele, o emocional precisa ser reconhecido como o alicerce para a educação. “É preciso desenvolver atividades de bem-estar que vão além do corpo, que estão na mente. Nossa proposta é que as questões emocionais já possam entrar na escola como prevenção básica”, disse o professor.

“A educação integral incorpora essa necessidade de ampliar esses conteúdos para as nossas crianças. O integral não pode ser só mais tempo na escola, mas integral no sentindo de trazer novos conteúdos que formam para a vida, que promovem o autoconhecimento desde cedo, as habilidades de convivência com o outro e a ética da diversidade para ensinar a viver com as diferenças, o que é tão fundamental”, completou o palestrante e autor de livros sobre o tema.

Genilda de Sousa

Entre as pessoas que estavam atentas aos temas apresentados, Genilda de Sousa, da cidade baiana de Candeias, disse que veio participar do IV Seminário com muita expectativa. “Eu vejo que este evento será muito interessante para mim, pois estou ingressando agora no Programa Mais Educação e são muitas as dúvidas que nós temos. Algumas das nossas escolas já participam do programa e, em 2015, serão 46 escolas participantes”, disse ela, que reconhece a importância da educação integral: “Nossa educação precisa muito desses incentivos”, ressaltou.

Linda Lande

Aproveitando os espaços para as dúvidas e o debate, a coordenadora do programa na cidade de Itarantim, Linda Lande, ressaltou que essa oportunidade é enriquecedora para os gestores da educação. “São muitas as barreiras que enfrentamos no processo de implantação de educação integral e estou muito feliz por ter assistido a uma palestra sobre educação emocional, um tema que precisa ser estudado, discutido e entendido por nós”, reforçou a educadora, que integra uma equipe que está implantando o programa em dez escolas ao mesmo tempo na sua cidade.