A Festa da Padroeira Nossa Senhora das Vitórias, celebrada anualmente no dia 15 de agosto, foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial de Vitória da Conquista. A Lei nº 3.023 foi sancionada na última quarta-feira (11), pela prefeita Sheila Lemos.

Nossa Senhora das Vitórias

A proposta, de autoria do vereador Luís Carlos Dudé, foi apresentada em abril deste ano e aprovada por unanimidade na Câmara Municipal. Segundo o vereador, o reconhecimento reafirma a importância histórico-cultural do evento religioso. “A sanção desse projeto é de fundamental importância. Nossa Senhora das Vitórias é padroeira de Vitória da Conquista, e os festejos trazem muita alegria e esperança”.

A primeira missa dedicada a Nossa Senhora das Vitórias foi celebrada em 1809, presidida por um presbítero vindo da Vila de Rio Pardo, em Minas Gerais, segundo relatos de historiadores como Mozart Tanajura e Bruno Bacelar. Desde então, a tradição se mantém viva, reunindo milhares de fiéis e devotos todos os anos em torno da devoção mariana, cujo título tem origem portuguesa.

A sanção da lei foi recebida com entusiasmo pela comunidade católica. Para o padre Irineu, pároco da Catedral Metropolitana de Vitória da Conquista, a festa é um símbolo da religiosidade do povo conquistense, reunindo, em média, de 15 a 20 mil pessoas durante a missa solene. “É uma alegria. Só temos a agradecer a Deus. Essa lei valoriza a fé tão bonita dos devotos de Nossa Senhora. A festa deste ano está sendo preparada com muita fé e alegria pela comissão, movimentos e pastorais. A imagem de Nossa Senhora das Vitórias já está em peregrinação pelas paróquias.”

Catedral Metropolitana

A primeira igreja matriz em honra a Nossa Senhora das Vitórias foi construída por enviados da Coroa Portuguesa na encosta da Serra do Periperi, logo após a ocupação do território pelos bandeirantes liderados por João Gonçalves da Costa, que subjugaram e expulsaram os povos indígenas das etnias Mongoió, Pataxó e Imboré, habitantes originários do Sertão da Ressaca. A fundação da igreja ocorreu em 1808, sendo sua estrutura finalizada por volta de 1820.

A antiga matriz foi demolida na década de 1930, dando lugar à atual Catedral Metropolitana, concluída em 1944. O projeto seguiu o estilo neogótico, com traços clássicos e pinturas sacras nas paredes e no teto. O altar conta com uma imagem em madeira de Nossa Senhora das Vitórias, trazida de Portugal, considerada uma das peças mais antigas do templo.

Em julho de 1957, a Diocese de Vitória da Conquista foi criada por meio da bula Christus Iesus, do Papa Pio XII, desmembrando-se da Diocese de Amargosa. A instalação oficial ocorreu em 15 de agosto de 1958, com a posse de Dom Jackson Berenguer Prado, seu primeiro bispo. Em 2002, o Papa João Paulo II elevou a diocese à categoria de Arquidiocese Metropolitana.

Atualmente, a Arquidiocese está sob a liderança do arcebispo Dom Vitor Agnaldo de Menezes, abrangendo 34 paróquias em 20 municípios baianos. Considerada um dos principais templos religiosos da cidade, a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Vitórias recebe diariamente fiéis e turistas, especialmente em 2025, ano em que a Igreja celebra o Jubileu da Esperança.