Para encerrar as atividades desenvolvidas durante o ano de 2017, o grupo de idosos atendido pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo – Cras Pedrinhas apresentou uma Exposição de Artesanato e Fotografia, intitulada ‘’Tecendo Histórias’’.

Ao todo, foram expostas 68 fotografias, feitas durante ações do Cras como o passeio no Museu Pedagógico, o piquenique na Praça Guadalajara e uma visita ao Poço Escuro, lugares conhecidos pelos conquistenses e que, de alguma forma, remeteriam os idosos a várias lembranças.

Clarice Oliveira, 64 anos, participa há um mês do projeto e pretende continuar firme. “Achei ótimo e maravilhoso. O pessoal é muito educado e amoroso. Enquanto eu estive viva, não tenho vontade de sair nunca. Lembrei muitas coisas boas passando pelas ruas, ali na Praça da Juventude, lembrei de muitas coisas do passado, das paqueras…”, relembrou Clarice.

Aos 60 anos, Zilma Maria, ao lado do seu neto, ganhou mais uma boneca de presente para sua coleção.

Zilma Maria, conhecida como ‘’Binha’’, 60 anos, participa há dois anos e meio do Cras. O grupo foi uma espécie de terapia pra ela que sofria de depressão. “Ajudou em muita coisa. Eu andava muito ruim, dentro de casa e depressiva. Depois que eu vim pra cá, fiquei mais alegre. Aqui eu converso, brinco com as meninas, faço um monte de coisa”, comentou Zilma, que é uma grande colecionadora de bonecas e acabava de ganhar mais uma de presente.

Ao se ver nas fotos da Exposição, Licia Maria Gomes, 62 anos, se sentiu muito especial: “Foi surpreendente, foi fantástico, nunca imaginei que fosse assim, fiquei passada!”, declarou emocionada com o resultado dos fotos.

O projeto – De acordo com a gerente do Cras, Camila Carapiá, a ideia do projeto é atrelar a memória com o espaço urbano. ‘’O objetivo é o fortalecimento de vínculos. A gente percebe a abertura delas no meio urbano. Elas têm se deslocado mais e se apropriado mais do território em que elas moram. Precisamos desenvolver mais trabalhos em que elas se apropriem mais da cidade em que elas nasceram, conviveram e, assim, conheçam mais esse território’’, comentou.

Para Karla Barros, psicóloga, é uma forma de estimular a memória. “Visa muito mais que um resgate da memória, visa autonomia, protagonismo, a questão do convívio social e familiar deles. A partir desse trabalho, é visível a mudança delas, aquisição de conhecimentos, da percepção de que elas ainda tenham habilidades que podem produzir e debater temas variados, que podem passear pela cidade e fazer o uso desse espaço público de maneira saudável e feliz’’, destacou.

A fotógrafa responsável pelo trabalho, Lucineia Oliveira, ressaltou a satisfação com o resultado. “É muito gratificante poder compartilhar um pouco da minha experiência de fotografar e, de certa forma, fazer uma homenagem a elas. São idosas, já viveram tanto e agora tem essa oportunidade de curtir um pouco a vida e ter alguém que olhe com cuidado pra elas”, finalizou.