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Postado em 31 de maio de 2025 as 13:01:16
Neste sábado (31), é lembrado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas em 1987, com o objetivo de conscientizar a população sobre os males que o tabagismo causa à saúde e sobre as táticas da indústria do tabaco para seduzir a população, principalmente os mais jovens.
Apesar de ser um dos vícios mais prejudiciais e mais difíceis de se largar, o tabagismo já foi considerado um hábito socialmente aceito, e inclusive encorajado, com campanhas de marketing encabeçadas por artistas e personalidades.
Atualmente, o combate ao tabagismo é considerado um problema de saúde coletiva, já que afeta não apenas quem fuma, mas também as pessoas ao redor e o meio ambiente. Nas últimas décadas, diversas legislações foram aprovadas para coibir o fumo, como restrição de publicidade e a proibição de fumar em locais de uso coletivo.
Contudo, os desafios seguem. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a epidemia de tabaco é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano. Destas, mais de 7 milhões são resultado do uso direto do tabaco, enquanto mais de 1,2 milhão de mortes são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. Portanto, campanhas como o Dia Mundial Sem Tabaco são importantes para proteger todas as gerações dos impactos sanitários, sociais, ambientais e econômicos que são consequência do consumo e exposição à fumaça do cigarro.
A coordenadora do CAPS AD III, Thâmara Andrade, destaca como as campanhas contra o tabagismo são fundamentais para alertar a população sobre os riscos desta prática e promover uma vida mais saudável, prevenindo doenças graves. “Através das campanhas de conscientização nós alertamos a população sobre os riscos do tabagismo e os benefícios de parar de fumar. Também conseguimos prevenir o início do hábito e dar suporte às pessoas que querem parar de fumar”.
De acordo com Thâmara, são três os pontos principais ao se falar sobre tabagismo: 1º) é uma das principais causas de doenças graves, como câncer de pulmão, doenças cardíacas e respiratórias; 2º) pode levar à morte prematura, com milhões de pessoas morrendo todos os anos devido a doenças relacionadas ao tabagismo. Além disso, é a principal causa de morte evitável do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS); 3º) afeta a saúde de crianças e adolescentes, aumentando o risco de doenças respiratórias e outros problemas de saúde.
Segundo a coordenadora, no CAPS AD III é ofertado o tratamento de dependência química do tabagismo para casos graves, de acordo com o protocolo de tratamento do INCA/MS. “Devido à alta demanda, a orientação é que a pessoa busque sua unidade de saúde e informe sobre a necessidade de realizar o tratamento de tabagismo, pois estamos firmando uma parceria com a atenção básica para que ela comece a ofertar esse tratamento em todas as unidades, e algumas equipes e-multi já realizam os grupos de tratamento”.
Uma preocupação que tem crescido nos últimos anos diz respeito aos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), conhecidos popularmente como cigarros eletrônicos ou “vapes”. Desde 2009, a Anvisa não permite a venda, importação e propaganda de quaisquer tipos de cigarros eletrônicos no Brasil. Todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) que existem hoje no mercado são ilegais e frutos de contrabando. Eles apresentam sabores e aromas atraentes, e essas características passam a ideia de que o produto é inofensivo, mas a verdade é que ele esconde diversos riscos à saúde.
A coordenadora Thâmara Andrade destaca os danos causados por esses dispositivos, como problemas respiratórios e cardiovasculares. “É também preocupante a dependência de nicotina, pois ela permanece ao longo do tempo, especialmente entre os jovens. Esse uso tem aumentado cada vez mais”, afirmou, alertando também que o uso de DEFs aumenta o uso de cigarros convencionais, particularmente entre jovens não fumantes, em quase três vezes.
Vigilância Sanitária
Órgão destinado à proteção e promoção da saúde, a Vigilância Sanitária se mantém alerta para coibir a venda desses dispositivos, realizando fiscalizações e apreensões em eventos e estabelecimentos. O município de Vitória da Conquista conta com a Lei n° 1.689/2010, que também proíbe o consumo de cigarros e afins em espaços de uso coletivo.
Coordenador da Vigilância Sanitária, Maico Mares destaca os esforços do órgão, que este ano já apreendeu 56 unidades de cigarros eletrônicos sendo comercializados.

Maico
“A Vigilância toda trabalha com campanhas no combate ao tabaco na cidade, em estabelecimentos comerciais, como bares, supermercado, lanchonetes, restaurantes e principalmente em eventos em massa, que são o maior desafio. Fazemos campanhas educativas, fixamos cartazes que o próprio governo municipal fornece, reunimos com os organizadores, e quando necessário eles são notificados”, disse Maico.
Além do impacto direto na saúde de fumantes ativos e passivos, os cigarros também prejudicam o meio ambiente como um todo, desde a produção até o descarte. Há o desmatamento para o cultivo de tabaco, a grande quantidade de água gasta na produção dos cigarros, além da poluição causada pelo descarte das bitucas, assim como os incêndios provocados.
O cidadão pode denunciar uma situação de uso inadequado em algum estabelecimento ou o comércio ilegal de cigarros eletrônicos na Ouvidoria da Saúde, pelo telefone 77 98834-6464, pelo e-mail sic@pmvc.ba.gov.br, ou pelo site da Prefeitura, na aba da Ouvidoria, para que a Visa possa averiguar a denúncias e adotar as medidas necessárias.