Roda de conversa no Cras Bruno Bacelar

Os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) realizaram ações comunitárias em diversos territórios para ampliar os debates sobre o racismo e a igualdade racial. As ações fazem alusão à campanha do Novembro Negro, ao Dia da Consciência Negra e ao Dia Municipal do Quilombola, celebrado em 20 de novembro.

No Cras Bruno Bacelar, usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo (SCFV) participaram de uma roda de conversa para discutir o racismo, com a temática Negritude no CRAS Bruno Bacelar. O encontro aconteceu na última terça-feira, 28.

Segundo a gerente do Cras, Adriana Marinho, a atividade utilizou músicas lúdicas e a opinião dos participantes para levantar uma reflexão sobre o racismo. “Com essa ação, nós buscamos trazer a pauta do racismo, o respeito às diversidades e às individualidades. Além de apontar os elementos de identidade de raça, representatividade, visando a valorização e o respeito à cultura”, explicou a gerente.

Durante o evento foram realizadas dinâmicas de grupo com músicas e palavras cruzadas. Para a usuária do grupo intergeracional do SCFV, Ludimila Almeida, a abordagem lúdica favoreceu a aprendizagem contra o racismo. “Eles trouxeram muitas coisas que eu não conhecia através de brincadeiras legais. É um assunto difícil de falar, mas, com as brincadeiras, ficou divertido e alegre”, afirmou Ludimila.

Cras Nova Cidade e Vila América

Os Cras Vila América e Nova Cidade também realizaram ações com a comunidade. A equipe do Centro de Referência da Nova Cidade promoveu um evento com palestras, apresentações culturais, tranças e oficina de boneca abayomi, na Praça CEUs. De acordo com a gerente da Unidade, Regina Lima, “esse momento foi pensado para lembrar da cultura, arte e luta do povo negro”.

A comunidade pôde assistir uma palestra ministrada pela pesquisadora e assistente social, Marília do Amparo, em que foi abordado os caminhos para o enfrentamento ao racismo. “Novembro é um mês muito simbólico para a população negra. É importante ocuparmos esse espaço para desmistificar os pensamentos equivocados e romper com o racismo através de pequenas ações. Repensar o nosso vocabulário e as nossas atitudes nos ajuda a formar novas práticas para acabar com o racismo”, afirmou Marília.

As crianças e adolescentes do Serviço de Convivência do Cras Nova Cidade usaram o espaço para realizar uma apresentação de capoeira. Sirleide Almeida, que também faz parte do Serviço, disse que gostou da visibilidade dada pelo Cras às pautas raciais. “Por ser negra, eu tive uma infância muito difícil. Fico feliz em participar desses momentos e conhecer pessoas negras que alcançaram locais de destaque e usam seu conhecimento para combater o racismo”, relatou Sirleide.

Já o Cras Vila América realizou uma feira cultural, com o objetivo de apresentar aos moradores da comunidade um pouco mais sobre a participação de pessoas negras na ciência, arte e cultura. Além de trabalhar o combate ao racismo, a feira também proporcionou momentos de diversão às crianças, adolescentes e idosos do Serviço de Convivência, que participaram de desfiles e atividades lúdicas. “Realizamos uma festa intergeracional, com a presença de pessoas de todas as idades. Nosso foco é fomentar esses debates para que eles não fiquem restritos apenas ao mês de novembro, mas que possamos realizar ações de combate ao racismo o ano inteiro”, explicou a gerente do Cras Kelly Newton.

Desfile no Cras Vila América