O encontro foi uma das atividades preparatórias para a Jornada de Lutas da Juventude, que acontecerá em Vitória da Conquista no dia 9 de maio

Um encontro no auditório da Secretaria Municipal de Trabalho, Renda e Desenvolvimento Econômico (Semtre), na tarde desta quinta-feira, 25, reuniu a Coordenação Municipal da Juventude e representantes de movimentos sociais que deverão participar da Jornada de Lutas da Juventude, agendada para o dia 9 de maio em Vitória da Conquista. O percurso da caminhada será a Avenida Siqueira Campos, entre as praças Guadalajara e Barão do Rio Branco.

Agenda de proporções nacionais, a Jornada teve sua programação oficial entre os dias 25 de março e 11 de abril, com realização de atos públicos nas principais capitais brasileiras. Como o interesse dos movimentos sociais também se fez notar em várias outras cidades – inclusive Vitória da Conquista –, a programação foi ampliada e deverá prosseguir pelo menos até o final do primeiro semestre.

O evento é realizado anualmente, com participação de grupos como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Levante Popular da Juventude, a Marcha Mundial de Mulheres, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e o Circuito Fora do Eixo.

Alexandre Garcia, militante do Consulta Popular

Críticas construtivas – A pauta nacional de reivindicações envolve temas variados, divididos por eixos. “Queremos formar uma aliança com todos os setores da juventude, mas que seja para um projeto de sociedade. Por isso, a pauta é ampla”, diz o estudante de Direito, Alexandre Garcia, conhecido como Xandó, que milita na Consulta Popular.

Com relação à educação, por exemplo, os movimentos exigem que o Governo Federal direcione ao setor pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB), além da totalidade dos royalties provenientes do pré-sal. A jornada exige ainda que a presidenta Dilma Rousseff sancione o Estatuto da Juventude, cujo Projeto de Lei foi recentemente aprovado pelo Senado, mas ainda necessita de aprovação na Câmara para continuar o percurso legal até receber a sanção – ou o veto – da presidenta. A pauta também inclui a democratização da comunicação.

Em Vitória da Conquista, a Jornada incluirá temas locais e terá como participantes a União da Juventude Socialista (UJS), os coletivos Kizomba e Paratodos, grupos do segmento LGBT, representações locais do Levante Popular e da Consulta Popular e seções jovens partidários. Todos eles estiveram representados na reunião de quinta-feira. “A jornada é um ato reivindicatório, que faz críticas construtivas”, explica o coordenador municipal da Juventude, Rudival Maturano. “Nosso papel fundamental é manter o diálogo com os segmentos que estão puxando o movimento”.

Aline Lima, militante estudantil

Nova bandeira – Em Vitória da Conquista, o fato de a Jornada de Lutas ter sido agendada para a véspera do primeiro dia do Festival da Juventude – Ano II não foi por acaso. Afinal, vários dos grupos envolvidos com o ato reivindicatório também estão entre os que participam da construção coletiva do evento realizado pela Prefeitura Municipal. A Jornada funcionará, portanto, como uma espécie de preparação para o Festival. “É importante mobilizar as pessoas para participar do Festival”, avalia a militante estudantil, Aline Lima, ligada à UJS. “Será um momento ímpar no município, pois, além dos shows, haverá o fortalecimento do debate entre os diversos grupos”, complementa.

Talisson Vasconcelos, secundarista

Além do festival, a própria Jornada passa a ser ter forte identificação com Vitória da Conquista. É o que pensa o secundarista Talisson Vasconcelos, de 15 anos. “Vejo a Jornada de Lutas como uma nova bandeira que está começando a entrar na agenda do município”, afirma Talisson, que, além de militante da JPT, também está entre os quadros dos Agentes Pastorais Negros (APN).