Os tambores da Banda Ogum Xoroquê e da Marujada ecoaram na tarde desta segunda-feira, 11, terceiro dia de carnaval em Vitória da Conquista. O gingado dos capoeiristas do Grupo Pelourinho da Bahia e o requebrado do Samba de Roda Negras do Beco de Vó Dola embelezaram ainda mais o Cortejo Afro Omolu Asé, que partiu da Praça Tancredo Neves até a Travessa Zulmiro Nunes.

Os foliões dançaram ao som do samba de roda e do samba reggae, gêneros musicais que prezam pela valorização da história, da cultura afro-brasileira e da negritude . “Esse é o grito que estava preso há tempo na garganta do povo negro. Estamos resgatando o carnaval para o povo, sem corda e democrático”, ressaltou o músico PC Lima Santos, um dos idealizadores do evento.

A presidente do Movimento Cultural Ogum Xoroquê, Graça Silva, achou a ideia fantástica. “A cultura negra está presente no nosso dia a dia e não poderia se fazer um carnaval na cidade sem a presença da negritude”, destacou. Um dos representantes das religiões de matrizes africanas em Vitória da Conquista, João Silva, também concorda. “Vejo esse cortejo hoje como uma vitória do povo negro na busca da valorização da cultura afro, não só a de rua, como a do candomblé também”, comentou.

Quem estava animada e surpresa com a festa foi a turista Rosa Maria Santos, 38 anos. Ela e outras oito pessoas vieram de Brasília passar o feriado na cidade e souberam do carnaval. “Então resolvemos vim ver e estou achando bom. A cidade é ótima e amo esse povo. Já morei aqui há dez anos e tenho um filho baiano”, contou a cabeleireira.

E a folia ainda não acabou. Nessa terça, 12, haverá o segundo desfile do bloco Curtaki. Às 15h, o bloco sairá da Concha do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, passando pela Avenida Siqueira Campos e pela Travessa Zulmiro Nunes (“Beco”), até chegar à Praça Barão do Rio Branco.

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