Desde março deste ano, o Centro de Referência Albertina Vasconcelos (Crav), em parceria com a Faculdade Santo Agostinho (Fasa), recebe alunos do curso de medicina para execução de atividades voltadas à saúde da mulher. A iniciativa está no segundo ano consecutivo e tem o objetivo de aproximar os espaços sociais da produção acadêmica. Na manhã desta sexta-feira (30), aconteceu o último encontro do ciclo de oficinas, com aula de Zumba.

A professora Juliana Barros Ferreira, fisioterapeuta e mestre em Tecnologias e Saúde, foi a interlocutora da parceria. À frente da disciplina Práticas Interdisciplinares de Ensino, Pesquisa e Extensão (Piepe) 4, a docente explica que o foco é a promoção da saúde integral da mulher. Algumas das ações realizadas nesse período foram atividades terapêuticas laborais, aulas de dança e Zumba, e piquenique.

“O Piepe 4 é um projeto de extensão, com práticas voltadas para a comunidade, no qual a temática central é trabalhar a saúde da mulher, por meio de subtemas como ISTs, sexualidade e a violência contra a mulher. E, desde o ano passado, a gente vem desenvolvendo atividades aqui no Crav com as assistidas”, explicou a professora. “Neste semestre, após a visita técnica e aplicação de formulários, os alunos identificaram a necessidade das servidoras participarem das atividades para também serem ‘cuidadas’. Ou seja, cuidar de quem cuida. A aula de hoje é voltada para o movimento e bem-estar de todas elas”, completou.

De acordo com a coordenadora de Enfrentamento à Violência da SMPM, Monique Cajaíba, as atividades realizadas ao longo desse processo impactam diretamente na saúde mental de todas as mulheres envolvidas, servidoras e assistidas. “A aula de Zumba encerra o ciclo de oficinas da parceria com a Fasa, e tem a intenção de motivar o bem-estar. As oficinas agregaram muito para as mulheres, especialmente por oferecerem dois eixos ampliando o atendimento às servidoras”, afirmou Monique. Atualmente, são 200 mulheres referenciadas no Crav.

Promoção do bem-estar e melhoria na autoestima

Uma das alunas de medicina que integra a equipe do Projeto de Extensão é Anne Gabrielly Alves, do 4º período. Para ela, trazer essas ações para o dia a dia do aprendizado contribui para a formação de profissionais humanizados. “A faculdade em si trabalha muito essa questão de formar médicos mais humanos. Então, realizar essas atividades e promover o bem-estar da comunidade, principalmente de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, faz todo sentido dentro do âmbito acadêmico. O que a gente está promovendo aqui é um momento para alegrar e entregar o melhor”, disse Anne.

O bem-estar e melhoria da autoestima foi sentido pela referenciada do Crav, desde 2019, N.G.S. “Eu só tenho coisas boas a falar. É o terceiro evento que eu estou participando aqui com os alunos de medicina e eu não imaginava que traria benefícios tão bons para mim. Na última aula de dança que tivemos, eu saí daqui tão energizada, com tanta energia boa, que as pessoas lá de fora comentaram o quanto eu estava bem. Eu tenho ansiedade, aos poucos estou melhorando e me estabelecendo, e tudo que eu participo aqui para mim só me faz bem, principalmente quando envolve ações como a de hoje. Indico o Crav para qualquer mulher que está em situação de violência, como eu já estive, porque representa melhorias na vida, na autoestima, no amor próprio, porque a gente entra aqui de uma forma e sai completamente diferente, bem melhor”, relata N.G.S.