Música, poesia, artesanato, caminhada e exposição de obras produzidas pelos usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) marcaram a Semana de Luta Antimanicomial 2014. Pela primeira vez, a programação foi organizada pela Associação de Usuários, Amigos e Familiares da Saúde Mental de Vitória da Conquista (SEM CID), com o apoio da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Coordenação de Saúde Mental, do Conselho Regional de Psicologia, e dos estudantes de Psicologia e de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (Ufba), da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) e da Faculdade Maurício de Nassau.

Na quinta-feira, 15, a ordem foi se expressar com música, poesia e artesanato na Loucura no Beco, que aconteceu na Travessa Zumiro Nunes. Já na sexta-feira, 16, foi a vez da Parada Louca, caminhada que começou na porta do Caps II e foi concluída na Praça 9 de Novembro, com o objetivo de ocupar as ruas e falar da inclusão das pessoas que têm algum tipo de sofrimento mental.

Sônia Ribeiro

Há quase 10 anos, Sônia Gusmão de Oliveira frequenta o Caps II. Para ela, depois da Luta Antimanicomial e com a implantação dos Caps, muita coisa mudou. “Hoje, temos remédio, um lugar onde somos tratados de forma igual e temos a liberdade de sair nas ruas nos expressando. Estou muito feliz”, avaliou Sônia.

Vitória Núbia

Para a usuária do Caps, Vitória Núbia Nascimento, a Luta é muito importante para combater a discriminação. “Muitas vezes somos discriminados pela sociedade, então quero dizer que me sinto feliz do jeito que sou. Tenho minha casa, cuido de minhas filhas, sou uma pessoa independente, isso é uma grande vitória para mim”, ressaltou Vitória.

Elizete Rocha

Amigos, trabalhadores da saúde mental e familiares, também participaram das atividades. Pessoas como Elizete Rocha Machado, que trabalha na recepção do Caps II há 12 anos. “Para mim, este dia é a comemoração de uma grande vitória, porque a gente vê as pessoas saírem do Caps transformadas, ressocializadas, conseguindo ter uma vida própria”, comentou Elizete.

Cleuza Oliveira

Cleuza Oliveira, mãe de Reginaldo, que está no Caps há pouco mais de dois meses, conta que seu filho melhorou bem depois disso. “Tive medo de meu filho não conseguir se recuperar. Agora, vejo que com o tratamento adequado ele está se recuperando, tendo uma vida normal e já vai voltar a trabalhar”, comemorou Cleuza.

Nos dias 17 e 18 de maio, sábado e domingo, foi promovida uma exposição de obras arte, no Shopping Conquista Sul. As obras foram produzidas na Oficina de Arte Terapia do Caps II, coordenada pelo artista plástico Romeu Ferreira, com o apoio do projeto de extensão da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).