Líder comunitário do Pradoso, Josué busca atendimento das demandas de sua região e garante ter sido atendido em todas as ocasiões que precisou

Quando falta água, garante-se o abastecimento; quando chove, recuperam-se as estradas

Diariamente, moradores da zona rural de Vitória da Conquista frequentam a Secretaria Municipal de Agricultura em busca de atendimento para suas regiões. O número de visitantes costuma variar, a depender do dia. Mas a visita ao prédio na praça Catão Ferraz, em plena feira do Ceasa, é um dos compromissos mais comuns da agenda do agricultor Josué Pereira, 65 anos, quando viaja à área urbana do município.

“Já me tornei conhecido aqui”, dizia ele na semana passada, depois de solicitar na Coordenação de Abastecimento mais uma visita de caminhões da Operação Pipa Municipal à sua região.

Morador do povoado de Saguim II, Josué atua como líder comunitário na região do Pradoso, a pouco mais de 10 quilômetros do perímetro urbano. Ele explica que o pedido não é para ele, já que sua família é uma das 200 abastecidas pela água conduzida, por gravidade, de uma minação próxima.

Na verdade, a água dos caminhões-pipa será para outras 55 famílias que vivem na mesma região. Elas não dispõem de água da minação e nem da rede da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). A área onde moram não consta do roteiro da Operação Pipa do Exército. Portanto, torna-se um dos alvos do atendimento de emergência feito pela Operação Pipa Municipal.

“Existe uma demanda muito grande. Eles usam essa água para todos os afazeres de casa. Para tomar banho, cozinhar e lavar”, conta Josué. “E, para nós, isso é muito benéfico. Não construímos nada sem água”.

Josué foi um dos primeiros cidadãos a solicitar os serviços da Operação Pipa Municipal. Seu primeiro pedido foi formalizado no segundo semestre do ano passado, logo depois da contratação de 11 caminhões-pipa pela Prefeitura, em caráter de emergência, para se somarem aos dois que já atuavam a serviço do município, levando água até as famílias que não eram assistidas pela Operação Pipa federal.

Ele afirma que foi atendido em todas as ocasiões que precisou. “Todas as semanas eu pedia”, recorda. Com as chuvas de janeiro, os pedidos cessaram. Agora, recomeçam – daí o motivo da nova visita de Josué à Secretaria de Agricultura.

Prefeitura tem trabalhado na recuperação de estradas

‘Serviço bem feito’ – Mas, se por um lado as chuvas deram uma trégua nos pedidos por abastecimento hídrico, por outro, elas motivaram uma nova modalidade de solicitação: a recuperação de estradas rurais. Na semana passada, o agricultor solicitou a presença das máquinas na estrada entre Baixão e Pradoso. Segundo ele, a via tornou-se “intransitável” depois das chuvas de janeiro. “Tinham muitos buracos e a população reclamava, com razão”, conta.

O trabalho na via – um corredor de ônibus com aproximadamente 6 quilômetros, que começa no Baixão e passa por Malhada, Umburanas, Lameiro e Saguim I, antes de chegar ao distrito – foi concluído ao longo da semana passada. “Passaram a máquina, planificaram a estrada e, depois, vieram com o cascalho. Ficou um serviço bem feito”, avalia Josué, que agora aguarda a realização do mesmo procedimento nos “ramais” – as estradas menores, que ligam o corredor principal a outras localidades. O pedido foi incluído no cronograma da Coordenação de Infraestrutura.

‘Grandes vitórias’ – Desde que foram contratados em caráter emergencial, os caminhões da Operação Pipa Municipal já fizeram 1.642 viagens, distribuindo mais de 16,6 milhões de litros de água potável pelas regiões mais secas da zona rural. Trata-se de um trabalho feito para complementar o da Operação Pipa federal, que dispõe de 18 caminhões-pipa. Além disso, a Prefeitura mantém em operação 96 sistemas simplificados de água espalhados pela zona rural.

Toda essa estrutura, somada à rede de abastecimento operada pela Embasa, garante o abastecimento hídrico no município. “A gente pode afirmar que, no município, não há ninguém que não tenha água potável disponível para consumo”, afirma o secretário municipal de Agricultura, Paulo César Oliveira.

Em matéria de estradas rurais, mais de 1.200 quilômetros foram recuperados ao longo 2017. Isso porque, até setembro, a Prefeitura dispunha de apenas uma máquina motoniveladora. A partir de outubro, uma segunda máquina foi acrescentada à estrutura do município. Atualmente, já são três motoniveladoras a serviço da Prefeitura. E o Governo Municipal já se empenha na locação de mais duas – o que significará um total de cinco motoniveladoras e uma maior capacidade de operação.

“Acredito que o ano de 2018 será de muitas vitórias. A gente vai anunciar grandes vitórias na recuperação da malha viária de Vitória da Conquista, que é impressionantemente grande”, assegura Oliveira, referindo-se aos mais de 2.700 quilômetros de estradas vicinais existentes no município.