Na noite desta quinta-feira (6), que fechou o segundo dia da programação da 53ª Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista, no Parque de Exposições Teopompo de Almeida, o estande da Prefeitura antecipou novamente para o público uma amostra do clima do Arraiá da Conquista, ao som dos forrós, baiões e arrasta-pés tocados pelo grupo de pé-de-serra Forró da Arapuca – e foi em meio a esse ambiente, complementado pelo frio e pela neblina típicos do período junino conquistense, que o Governo Municipal oficializou a criação do Plano de Desenvolvimento do Turismo (Planturis) e do Fundo Municipal de Turismo (Funtur).

Durante uma pausa no show de zabumba, sanfona e triângulo, a prefeita Sheila Lemos assinou o Decreto nº 23.237, de 5 de junho de 2024, que oficializou a criação do Planturis e Funtur. Com isso, entre outras mudanças, a cidade passa a estar formalmente habilitada a captar recursos junto aos governos Estadual e Federal, a fim de direcionar investimentos às diversas modalidades possíveis de turismo.

“O turismo de Vitória da Conquista tem muito potencial. E nós precisamos desse plano, porque, sem ele, não tínhamos como conseguir recursos do Ministério do Turismo”, comentou a prefeita, minutos antes de assinar o documento. “Vamos trazer mais investimentos para o município”, acrescentou, já depois do ato de assinatura.

“Bíblia” do turismo

Até chegar à assinatura do decreto, o Governo Municipal passou mais de dois anos, em parceria com o Sebrae, investindo num levantamento de informações com o objetivo de detectar as necessidades, os caminhos e as potencialidades turísticas locais. Ao longo desse período, foram realizadas mais de 450 entrevistas, além de outros procedimentos previstos pela metodologia de pesquisa.

O resultado desse trabalho, que envolveu equipes das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico (SMDE) e de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sectel), está sintetizado num tratado de quase 50 páginas, intitulado “Rosa dos Ventos – Plano de Turismo Sustentável de Vitória da Conquista”, que traz um perfil do município e reúne informações sobre aspectos econômicos, atrativos, elementos relacionados à gestão municipal, formas de acesso, serviços e equipamentos com potencial turístico.

Além disso, o material oferece análises sobre demandas turísticas, define estratégias, aponta elementos que contém diferencial a ser aproveitado em termos de turismo e, por fim, estabelece um plano de ação. “É uma espécie de ‘Bíblia’ que vai nortear o turismo na nossa região”, comparou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Ferreira.

Prefeita Sheila Lemos

A ideia é que esse conteúdo seja divulgado de forma ampla, não somente nas mídias locais, mas também junto a hotéis, restaurantes, empreendedores, atletas – enfim, os chamados “ativos do turismo”, segundo o jargão utilizado pela equipe da SMDE.

“E, hoje, a prefeita Sheila Lemos sanciona isso. Assina e legitima, perante os empreendedores, as autoridades e a população de Conquista, uma cidade com tanta vocação turística que não pode ficar sem ser reconhecida pela Embratur ou pelo Ministério do Turismo”, avaliou Marcos Ferreira.

Diferenciais turísticos

Entre os diferenciais apontados pelo livro “Rosa dos Ventos” como elementos a serem explorados em sua potencialidade turística, destaca-se o clima ameno, cujas temperaturas mais baixas provocam um contraste em relação à grande maioria dos municípios baianos. “Nas primeiras reuniões, o Sebrae disse que Vitória da Conquista nem fazia parte das cidades turísticas do Brasil. Como é que uma cidade com um clima desses não é reconhecida como ponto turístico?”, questionou a prefeita Sheila Lemos.

Outro ponto forte é a gastronomia – especialmente os biscoitos, resultantes de uma cadeia produtiva que, a cada ano, produz em média 4 mil toneladas de produtos e mobiliza mais de R$ 70 milhões. Essa característica levou a que Vitória da Conquista fosse oficializada pela Assembleia Legislativa da Bahia como “a capital estadual do biscoito”, numa iniciativa do deputado estadual Tiago Correia – que seguiu a mesma lógica de um projeto de lei anterior, mas de alcance municipal, de autoria do vereador Edvaldo Pereira Jr. “Isso nos orgulha muito”, observou Sheila, sobre a imediata associação do nome de Vitória da Conquista à grande diversidade de biscoitos produzidos no município.

“Nada mais justo do que valorizar esses homens e mulheres, biscoiteiros e biscoiteiras, que fazem da nossa cidade a capital estadual dos biscoitos”, argumentou o deputado Tiago Correia, que também participou da cerimônia de assinatura.

Jean Amorim

“Celeiro cultural”

Presente ao estande do Governo Municipal, o servidor público municipal Jean Amorim assistiu à assinatura do decreto que criou o Planturis e o Funtur. “Eu parabenizo a Prefeitura pela iniciativa”, afirmou. Segundo ele, as consequências tendem a ser positivas, dados os potenciais oferecidos pela cidade. “Acho que as pessoas devem vir a Conquista pelo seu clima, pela sua população, pelo que a cidade serve à Bahia nas questões gastronômica e cultural”, explicou Jean.

O servidor disse mais: “Vitória da Conquista é um celeiro cultural e merece ser reconhecida por isso. Acho que esse projeto vem a fazer com que recursos venham para a cidade, para que a gente, de certa forma, garanta isso oficialmente, como uma cidade turística. E nós somos uma cidade de investimentos”.

Presenças

Além de Edvaldo Ferreira Jr., a Câmara de Vereadores foi representada por Luís Carlos Dudé e Luciano Gomes.