A promoção de ações de respeito à diversidade sexual ganha cada vez mais destaque em Vitória da Conquista. Na manhã deste sábado, 11, durante o segundo dia do Festival da Juventude – Ano II, as discussões envolvendo essa temática atraíram dezenas de jovens à Casa Memorial Régis Pacheco. Elas participaram da Roda de Conversa “Sobre novas identidades: transmulher, transhomem e teoria queer”.

Raphaela Souza, presidenta do Coletivo Finas

As discussões enriqueceram o conhecimento dos participantes acerca dos conceitos, organização e avanços da luta da população trans, masculina e feminina, bem como a imersão da teoria queer no movimento social organizado. “Muita gente ainda não tem ideia do que seja cada orientação sexual dessa, por isso é importante que elas sejam discutidas nesse festival, que é de suma importância para o município, para que a sociedade possa conhecer e aprender a conviver”, declarou a presidenta do Coletivo Finas e vice-presidenta da Articulação Baiana de Travestis e Transexuais, Raphaela Souza.

O diálogo com os jovens também chamou atenção para o enfrentamento de toda forma de preconceito contra o gênero e para a efetivação de uma cidade livre da homofobia. Quem participou da Roda de Conversa deste sábado aprovou a iniciativa.

Gilmaro Nogueira, psicólogo

Confira o depoimento de alguns participantes:

“Nunca tinha visto um festival tão amplo, com todos os jovens mobilizados. Isso é uma política para a juventude que está incluindo diversos sujeitos. É a primeira vez que sou convidado para falar de teoria queer para um público que não é só composto por lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais, então isso é inclusão social”,Gilmaro Nogueira, psicólogo e pesquisador do grupo Cultura e Sexualidades (CUS) da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Murilo Nascimento, do Coletivo Sou Diversidade

“A importância de ter uma mesa que trate da diversidade sexual é enorme, pois a gente vive hoje o império de uma sociedade heteronormativa que separa papéis de gêneros bem distribuídos para cada indivíduos. Isso gera uma série de preconceitos. Por isso, essa discussão é importante para que o preconceito seja diminuído e o Festival da Juventude vem para ajudar nesse processo”, Murilo Nascimento, membro do Coletivo Sou Diversidade.

Antônio Carvalho Oliveira, presidente do Grupo Amigos da Diversidade

“O Festival da Juventude é um momento muito bom que reúne jovens de várias cidades para compartilharem suas experiências”, Antônio Carvalho Oliveira, presidente do Grupo Amigos da Diversidade.

Luciano Palhano, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Homens Trans (ABHT)

“Não esperava essa dimensão do festival e isso foi maravilhoso, pois a discussão da transexualidade é ainda muito fechada. Por isso é muito importante que os jovens tenham conhecimento para que possamos construir nossa cidadania”, Luciano Palhano, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Homens Trans (ABHT), primeira associação de Homens Trans do Brasil.

Direitos garantidos –O Governo Municipal vem implementando políticas públicas que contribuem na promoção da cidadania, independente de orientação sexual. As travestis e transexuais já conquistaram o direito de utilizar o nome social em todos os órgãos municipais. A Secretaria de Desenvolvimento Social do município conta com uma Assessoria Técnica de Políticas para Diversidade Sexual.
Além disso, para marcar o Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro, a Prefeitura preparou uma campanha publicitária com o tema “Respeito e dignidade. É isso que queremos”. A Parada Orgulho de Ser LGBT, evento anual, também recebe todo o apoio do município.
Uma das conquistas mais recentes foi a criação da Comissão Municipal de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais/LGBT, responsável por promover a articulação entre o poder público e a sociedade civil na implementação de ações que assegurem o respeito à diversidade.