A Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed), promoveu nessa quinta-feira (20) uma reunião com representantes da Guarda Municipal, secretarias municipais de Desenvolvimento Social (SMDS) e Saúde (SMS), além do Ministério Público, Polícias Civil e Militar e Conselhos Tutelares, para planejar ações de combate a violência nas escolas. Foram tratadas questões como violações dos direitos de alunos e profissionais da educação, tráfico de drogas, facções, ameaças de ataques às escolas e, principalmente, a criação de um comitê para tratar da segurança no ambiente escolar.

O secretário Edgard Larry destacou o empenho da prefeita em garantir a segurança nas escolas desde o início dos episódios de ameaças, quando Smed, Guarda Municipal e Procuradoria Geral do Município se reuniram para montar um plano de ação. “Essa não é uma pauta voltada puramente para ações repreensivas. Nossa compreensão enquanto educadores é uma escola mais humanizada, com acolhimento adequado aos alunos e familiares”, disse. Ele também ressaltou a importância da  prevenção à violência com palestras, círculos restaurativos, atividades esportivas, culturais, suporte psicológico, psicopedagógico e assistência social.

O promotor de Justiça da infância e juventude, Marcos Almeida Coelho, propôs a criação de um Núcleo de Inteligência com expertise em rede social, e a criação de um ambulatório de saúde mental como suporte psicológico e psiquiátrico para crianças e jovens. Segundo ele, essa medida além de ajudar o pais de baixa renda com os filhos, por exemplo, que têm Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), também estará no protocolo de atendimento desses casos de ameaças virtuais, traçando um perfil psicológico. Ele reforçou também a necessidade de se ter um psicólogo em cada unidade escolar. “É fundamental para entender o que está acontecendo e fazer os encaminhamentos”.

O delegado Fabiano Aurich informou que dois delegados da região estão recebendo treinamento e orientação com as mesmas técnicas policiais que estão sendo adotadas nos Estados Unidos. “Posteriormente, a Polícia Civil vai agendar com a Smed, visitas às escolas para orientar professores, alunos e gestores sobre como proceder de maneira preventiva e durante uma ação de ataque. A delegada Rosilene Correa disse que o trabalho tem que ser conjunto, e que é fundamental a participação de pais ou responsáveis dos alunos no processo. “Os pais têm que vigiar e orientar os filhos”, disse, acrescentando que o alerta está principalmente para as redes sociais e jogos de videogame.

Para o comandante da Guarda Municipal, Capitão Lemos, faz-se necessária uma integração maior da sociedade. “Muitos alunos problemáticos vêm de famílias desintegradas. Segurança pública se faz a várias mãos”. Ele informou que já está em vigor o Plano Operacional Emergencial com aumento de guardas e viaturas, com visitas às escolas, e que o projeto-piloto com vídeomonitoramento e botão de pânico já está sendo implantado em duas escolas da cidade.

Representando o Coronel Ivanildo e responsável pela 77ª Companhia Independente de Polícia Militar de Vitória da Conquista, o Major Vagner disse que a PM começou o trabalho de ronda escolar na década de 90, e que o município é pioneiro nesta atividade. Segundo ele, recentemente houve aumento de efetivo e rondas e alertou para o cuidado no repasse de informações. “Não divulgar aleatoriamente. Só cria pânico e muitas vezes problemas no procedimento policial. Devem ser procuradas as autoridades competentes que saberá como proceder”.