Ainda nos primeiros dias de vida, bebês prematuros nascidos no Hospital Municipal Esaú Matos, que é administrado pela Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista (FSVC), começam a receber cuidados especializados de fisioterapia. O atendimento acontece nas unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Semi-intensiva Neonatal do hospital, onde os recém-nascidos permanecem internados por dias, semanas ou até meses.

No Esaú, cerca de 20 fisioterapeutas compõem a equipe que atende nessas unidades, realizando intervenções voltadas principalmente à fisioterapia respiratória e motora, conforme as necessidades clínicas de cada bebê. O cuidado oferecido se estende por todo o período de internação e, quando necessário, continua após a alta, seja no próprio serviço de fisioterapia do hospital ou no Centro Municipal de Reabilitação Física e Auditiva (Cemerf) de Vitória da Conquista.

Coordenadora do Serviço de Fisioterapia do Esaú Matos, Renata Ferraz

Segundo a coordenadora do Serviço de Fisioterapia do Esaú Matos, Renata Ferraz, o atendimento precoce faz toda a diferença no desenvolvimento ao longo da vida dessas crianças. “A fisioterapia na UTI neonatal é fundamental para garantir o melhor desenvolvimento possível dos bebês internados, especialmente os prematuros ou com condições clínicas complexas”, destacou. Renata também explica que o trabalho vai além das intervenções técnicas: “Atuamos no desenvolvimento motor, na prevenção de complicações, na promoção do conforto e, sempre que possível, no estímulo ao vínculo entre o bebê e a família. É um trabalho técnico, mas também profundamente humano. A cada passo, buscamos oferecer mais qualidade de vida e acelerar a recuperação desses pequenos guerreiros”.

Ayala e a pequena Sophya

Ayala Silva Mendes é mãe da pequena Sophya, que está prestes a completar 3 meses de vida. A bebê nasceu no Hospital Esaú Matos com apenas 28 semanas e 3 dias de gestação e, logo após o parto, foi encaminhada para a UTI neonatal, onde recebeu todos os cuidados necessários da equipe de saúde. Entre eles, o acompanhamento fisioterapêutico foi fundamental para sua recuperação. A mamãe lembra com carinho de toda a atenção recebida pela equipe: “Apesar de estarmos numa UTI, foi tranquilo para mim. As informações que os fisioterapeutas me passavam e o cuidado que eles tinham com a minha bebê me deixava tranquila em poder ir para casa. Eu conseguia dormir à noite por saber que Sophya estava sendo bem cuidada. E vendo minha neném se desenvolver cada vez mais me deixa feliz”.

A médica neonatologista Carolina Silveira Alves também ressalta a importância da atuação da fisioterapia nas unidades de UTI e Semi-intensiva neonatal. Segundo ela, o trabalho dos fisioterapeutas é essencial e complementa a assistência médica prestada aos recém-nascidos. “A maioria dos bebês internados na UTI neonatal apresenta problemas respiratórios ou sofreu algum tipo de sofrimento fetal por falta de oxigênio. São crianças que precisam tanto de suporte respiratório quanto de fisioterapia motora, já que os prematuros, em especial, apresentam atrasos no desenvolvimento. A fisioterapia atua justamente para minimizar esses impactos. É um trabalho em equipe, no qual todos os profissionais são igualmente importantes para a evolução do bebê”, explica a médica.