Técnicos dos Creas e Cras seguem acompanhando às famílias que saíram dos abrigos provisórios

A partir do dia 24 de dezembro do ano passado, Vitória da Conquista foi surpreendida com fortes chuvas que deixaram dezenas de famílias desabrigadas ou desalojadas, principalmente na zona rural. Para atender a essa emergência, a Prefeitura montou oito abrigos em escolas das regiões mais atingidas: Lagoa das Flores, povoado do Choça, Itapirema, Inhobim, José Gonçalves, Campinhos e São João da Vitória.

“Nos abrigos que foram montados em escolas e coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes) contamos com o apoio das secretarias de Educação e Saúde, com cessão de servidores e de atendimento às famílias. Nestes locais, as famílias encontraram alojamento, alimentação e higiene pessoal. Elas também receberam roupas e outros produtos que foram doados pela população” explicou o secretário da Semdes, Michael Farias.

Passados dois meses, as 359 pessoas de 109 famílias que chegaram a ser abrigadas começam a retomar a sua vida normal com o apoio do Governo Municipal. Do total de famílias, 81 voltaram para suas residências, quatro para casas de familiares, uma para casa cedida, uma retornou para sua cidade de origem e 22 foram atendidas pelo auxílio moradia (aluguel social).

“No momento da saída dos abrigos, às famílias contaram com todo apoio da Prefeitura, caminhão para mudança, garantia de cesta básica e o principal, o atendimento permanente das equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e o do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas)”, informa Michael.

Este acompanhamento é coordenado pela Coordenação de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, que realiza o monitoramento das famílias, semanalmente, com as equipes de referência exclusivamente para identificar as demandas emergentes pós-abrigamento, além de realizar os encaminhamentos necessários e mapear as necessidades imediatas para a entrega de donativos doados pela população.

Berlinda, seu marido Edvanaldo e seu filho Edvilson com Magnum Borges

As famílias são inseridas nos Creas ou Cras do seu território e, em caso de identificação de insegurança alimentar, a equipe encaminha para Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan) para acesso à cesta básica e também é realizada inserção das famílias nos programas, serviços e benefícios socioassistenciais e monitoramento de situações de vulnerabilidade e risco, visando a reconstrução de projetos de vida e prevenção de agravos.

Uma das famílias que passaram pelo abrigo de Itapirema, foi a de Berlinda Macedo de Oliveira que chegou ao local no dia 25 de dezembro e saiu no 21 de fevereiro. “Antes do dia 24, eu meu esposo e meus dois filhos já tínhamos saído de nossa casa, porque todo ano é assim, vem a chuva, alaga, enche a lagoa e a gente é obrigada a sair de casa. Dessa vez, estava na casa de minha filha e lá também alagou, bem na hora da ceia de natal. No outro dia, a Defesa Civil veio e nos levou para o abrigo”, contou.

Maria do Carmo também ficou no abrigo da Prefeitura

Ela alugou uma casa em Lagoa das Flores e ainda tem esperança de retornar para sua residência, quando a água da lagoa secar. “Tenho 10 anos que moro lá, sempre que chove, saiu de casa e volto, mas dessa vez foi muito mais chuva, estou aguardando. Quero aproveitar e agradecer a equipe que nos atendeu, o povo do abrigo, agora faz parte da minha família, a Defesa Civil, foram anjos que nos ajudaram”, completou Berlinda.

Já Maria do Carmo Alves do Santos, moradora do Chácaras Guarani, foi com o esposo para o abrigo na escola José Gomes Novais. “Quando a Defesa Civil chegou, a casa já estava alagada. Fiquei lá no abrigo, quase dois meses, não faltou nada, isso eu não posso negar, tive comida, roupa e o carinho da equipe que nos atendeu. Agora, eles já vieram aqui, trouxeram cesta básica, não tenho do que queixar”, disse Maria do Carmo, que está morando em uma casa alugada em Lagoa das Flores.