Entre as várias apresentações culturais que passaram pelo palco na comemoração ao Dia Internacional da Mulher, ontem (8), estavam duas atrações inscritas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) 8, sediado no Loteamento Miro Cairo. Bem democrático em termos etários, fazendo valer o tema do evento, “Somos todas por todas, somos por cada uma”, a unidade deu vez a mulheres maduras e adolescentes, todas referenciadas pelo serviço, que reúne 4,8 mil famílias de uma região da Zona Oeste que inclui bairros como São Pedro e Zabelê, além de 23 loteamentos.

As primeiras a subirem ao palco, por volta das 15h30, foram as 22 integrantes do grupo de canto coral Viva Alegria, que cantaram a canção Maria, Maria, de autoria de Fernando Brant e Milton Nascimento. Atenta à letra da composição que cita duplamente seu nome, a aposentada Maria Ana Souza, de 75 anos, mostrou-se eufórica após descer do palco com as colegas de canto. “Essa música fala tanto o meu nome, e eu me sinto bem, no meio das meninas. A gente vira criança”, confidenciou.

Maria Ana e Vitória

O sentimento foi compartilhado por Vitória de Jesus Santos, 75 anos, vizinha de Maria Ana – ambas moram no Loteamento Senhorinha Cairo. “Eu me sinto feliz. Gosto muito de cantar, e isso ajuda a saúde da gente”, comentou Vitória.

“Me senti uma diva”

Em seguida, o som do Clube da Esquina deu lugar à batida funkeada da cantora carioca IZA, cujo sucesso Brisa foi o tema de uma performance de dança protagonizada por adolescentes que integram o grupo Unidos, Fortes e Corajosos, também vinculado ao Cras 8 – Miro Cairo.

A apresentação foi uma oportunidade para que sonhos se realizassem – e isso ocorreu literalmente, a julgar pelas palavras da estudante Maria Clara Silva, de 13 anos. “Fiquei um pouco nervosa, porque tinha muita gente gravando com o celular. Mas gostei muito. Foi muito especial. Meu sonho era me apresentar assim, com muitas pessoas olhando para mim”, confessou a adolescente, atualmente cursando o 8º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Lizete Mármore.

Para outra integrante do grupo, Júlia Coqueiro, de 14 anos, a sensação foi de se aproximar do status artístico alcançado pela intérprete de Brisa. “Eu me senti realmente uma diva. Em nenhum momento senti vergonha”, afirmou Júlia, aluna do 9º ano na mesma unidade de ensino. Outro aspecto da apresentação, ressaltado por ela, foi a valorização da data que inspirou o evento onde elas se apresentaram. “Eu senti alegria e empoderamento feminino”, disse a estudante, que, como a amiga Maria Clara, também mora no Miro Cairo.

Várias opções

Os grupos Viva Alegria e Unidos, Fortes e Corajosos estão entre as opções de atividades artísticas oferecidas pelo Cras 8 às famílias que vivem na área de abrangência do serviço. Além desse tipo de ocupação baseado nas artes, há atendimento com profissionais de saúde, palestras e rodas de conversa em que os moradores podem se informar sobre vários assuntos, com a participação de representantes de outros serviços como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), o Centro de Referência Albertina Vasconcelos (Crav) e outros. “Com isso, queremos fortalecer os vínculos entre as famílias e com a própria comunidade”, observou a gerente do Cras 8, Kátia Regina de Souza.