Ana Alice, João Pedro, Manuela Dias e Maria Sofia

Estudantes da Sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), para alunos surdos, da Escola Municipal Frei Serafim do Amparo, participaram de uma atividade com instrumentos musicais de percussão de diferentes texturas, como pandeiros feitos com couro de bode e de cobra, caxixi, ganzá, maracas, alfaia, gonguê, reco-reco, agogô e cuíca.

A professora da sala de AEE, Milânia Bonfim, afirmou a importância de os alunos surdos experimentarem essa nova realidades. “Às vezes restringimos o surdo por não ter essa percepção auditiva. Aí eles acabam não tendo acesso a muitas informações e alheios à questão dos instrumentos musicais”.

Ian e Milânia com os alunos

Ela explica que para o surdo, a principal sensação é sentir a vibração. “Os que têm resíduo auditivo conseguem perceber os sons. Outros têm a surdez profunda, então é mais a vibração mesmo, do instrumento. Foi colocado o tablado de madeira, o que facilita a questão da vibração do corpo. É mais a percepção, a experiência deles de sentirem os instrumentos, os sons. As vibrações são diferentes. Uma experiência interessante para eles”, disse Milânia.

A aluna Maria Sofia Dutra Rocha, 10 anos, gostou de participar da atividade, principalmente ao utilizar os dois modelos de maraca e o caxixi. O jovem Paulo Gracino Freitas Santos, 17 anos, sentiu percepções do som e conseguiu ouvir um pouco dos instrumentos, afirmando ter ficado emocionado.

O condutor da vivência com os alunos foi Ian Carvalho. Além de músico percussionista, ele é um dos coordenadores de anos finais no Núcleo Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação. Em entrevista, ele disse que a música vai além dos sons que ouvimos. “É possível sentir, aprender, se comunicar através das vibrações que os sons produzem. Não podemos privar os nossos alunos surdos da educação musical, da experiência sonora de qualidade e artística”.