Na noite de 20 de janeiro, que antecede o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, a Rede Caminho dos Búzios, com o apoio da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), realiza a 11ª edição da Alvorada dos Ojás. A ação está programada para começar às 21h, na Praça Tancredo Neves, e tem como objetivo o enfrentamento à intolerância religiosa.

A Alvorada dos Ojás consiste num ato simbólico em que representantes do povo de santo amarram tecidos brancos nas árvores da praça. Esses tecidos são chamados de Ojás e para os adeptos das religiões de matriz africana representam a paz, o respeito e a tolerância, sendo uma forma de enfrentamento ao racismo religioso.

Segundo a Ialorixá Mãe Graça, da Rede Caminho dos Búzios, a Alvorada é realizada na noite anterior ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa para que o dia possa nascer com os Ojas amarrados às árvores trazendo a mensagem de paz. “Muitas pessoas quando veem os Ojas querem saber porque eles estão ali e acabam aprendendo um pouco mais sobre a nossa cultura e o respeito aos outros. A intenção além de mobilizar as pessoas para um dia tão importante é promover a paz. Acreditamos que com essa demonstração as pessoas recebam uma mensagem de conforto e proteção”, relatou a Ialorixá.

O coordenador de Igualdade Racial, Ricardo Alves, reforçou que a Alvorada dos Ojás é aberta a todos os públicos que se identificam com a luta contra a intolerância religiosa. Portanto, pessoas de todas as religiões são bem-vindas.

Ricardo explica que, no Brasil, as religiões afro-brasileiras são as maiores vítimas desse tipo de ataque. “Os dados mostram que terreiros vêm sendo invadidos e pessoas de santo perseguidas. A luta pela liberdade religiosa passa pelo nosso estado que é laico e permite que as diferentes religiões convivam de forma pacífica e ordeira, dentro do estado democrático de direito. Por isso, desde 2014, Vitória da Conquista apoia a alvorada dos Ojás, uma ação feita pelos movimentos sociais, com o apoio da prefeitura”, comenta Ricardo.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21), rememora o caso da Ialorixá baiana, Mãe Gilda, que faleceu devido a uma série de violências sofridas por preconceito a sua religião.