Desenvolvimento Social
Postado em 12 de junho de 2024 as 13:54:10
A Prefeitura de Vitória da Conquista lançou, nesta quarta-feira (12), a campanha anual de combate ao trabalho infantil, na sede do Centro de Convivência Conquista Criança. Esta campanha, intitulada “Infância Protegida é Infância sem Trabalho”, tem o objetivo de informar e mobilizar a rede de proteção e toda a sociedade, a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes, promovendo o desenvolvimento de uma infância de forma digna, saudável e protegida.
Organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), por meio do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), o evento contou com apresentações culturais e musicais de jovens referenciados em unidades da assistência social de Vitória da Conquista, além da presença da comunidade e de atores da rede de proteção de crianças e adolescentes do município.
De acordo com o secretário da Semdes, Michael Farias, é essencial promover momentos de sensibilização e mobilização da comunidade sobre as consequências do trabalho infantil. “Os estudos apontam que todo adulto que viveu a infância ou adolescência sob o jugo do trabalho infantil tem uma série de prejuízos. Então, não dá para naturalizarmos o trabalho infantil como algo bom ou positivo. Enquanto Governo Municipal, a gente tem consciência da responsabilidade que nós temos de garantir que crianças e adolescentes possam acessar as políticas públicas e que tenham sua ingenuidade preservada”, ressaltou Michael.
A articuladora do Peti, Carine Aragão, pontuou que a campanha é também uma estratégia de conscientização da importância de combater o trabalho infantil, garantindo um desenvolvimento seguro e sem traumas para crianças e adolescentes. “Datas como 18 de maio e 12 de junho não são comemorativas, são datas de mobilização e de visibilidade para que a gente reafirme o compromisso de garantir os direitos de crianças e adolescentes. Nós estamos aqui nesse dia para lembrar que criança e adolescente têm o direito de brincar, de se desenvolver, de aprender e de estudar”, ressaltou Carine.
Carine ainda ressaltou que a vida tem várias etapas e que é essencial que cada criança tenha o direito de viver essas fases de forma segura, sem acelerar o processo. “O trabalho infantil deixa marcas e essas consequências vão perdurar ao longo da vida dessa criança que inicia o trabalho de forma precoce. Por isso, a gente precisa mover os nossos esforços, enquanto rede de proteção, para garantir os direitos desse público. Inclusive, lembrando que existem outras possibilidades de desenvolver habilidades, a criança não precisa ser inserida ainda no mercado de trabalho precocemente. O momento de viver essa fase vai chegar, mas a infância não é esse lugar”, reforçou.
O lançamento também contou com a participação dos Conselhos Tutelares, representados pelo conselheiro Paulo Barros, que atua na Zona rural. Segundo ele, o combate ao trabalho infantil deve ser um compromisso de todos. “A vida é como uma construção e a infância é o alicerce dessa construção, por isso é preciso que haja cuidado com cada detalhe dessa etapa para que o futuro dessas crianças não seja comprometido. O trabalho infantil é um tema sensível e desafiador, então é importante que todos nós estamos atentos, não só nós que fazemos parte da rede de proteção, como também toda sociedade”, afirmou Paulo.
Representando o Núcleo de Cidadania de Adolescentes (Nuca), Ingrid Santos, de 18 anos, relatou que conseguiu sua primeira oportunidade como jovem aprendiz através de uma ação articulada pelo Programa Acessuas Trabalho, em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Para ela, é muito importante que jovens tenham acesso a programas que estimulem suas habilidades e que empresas continuem oferecendo oportunidades trabalhistas para jovens conforme a lei.
“O Nuca é uma das formas de garantir e estimular a participação cidadã de adolescentes. Nele, eu aprendi que sou sujeito de direitos. Graças às atividades educacionais que participei, consegui a oportunidade transformadora que hoje me permite sonhar. Espero que outros jovens tenham oportunidades de capacitação e de profissionalização, assim como eu tive. Espero também que as empresas acreditem mais na gente, dêem oportunidades a adolescentes e jovens que buscam a alegria de uma primeira experiência profissional, amparados pela lei da aprendizagem e pelo Eca”, relatou Ingrid Santos.
Participaram do lançamento, representantes das secretarias municipais de Saúde (SMS) e Educação (Smed), do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), do Conselhos Tutelares, do Nuca, do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente (NDCA), da Pastoral do Menor, Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Até o dia 30 de junho, a campanha “Infância Protegida é Infância sem Trabalho” ainda promove ações em diferentes territórios de Vitória da Conquista. Acesse a programação.