O objetivo é difundir as técnicas e mudas entre os agricultores familiares de Vitória da Conquista

A mandioca e a palma são cultivos comuns em toda a zona rural de Vitória da Conquista – principalmente nas regiões de caatinga, bioma que atinge 63% do território do município. Com base em tal constatação, a Prefeitura mantém, há cerca de um ano, em uma propriedade com área total de 1,8 hectare, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Agricultura, vários tipos de plantios experimentais.

“O principal objetivo é testar métodos de cultivo mais ágeis e produtivos, e difundi-los entre os agricultores familiares da região, a fim de que possam utilizá-los para obter outros meios de manter seus rebanhos durante os períodos de estiagem”, explicou o prefeito Guilherme Menezes, durante visita à propriedade na tarde dessa quinta-feira, 12, acompanhado pelo secretário de Agricultura, Odir Freire, e outros membros do Governo Municipal.

Além disso, a Secretaria Municipal de Agricultura está apta a fornecer aos agricultores toda a orientação técnica necessária para que eles ponham em prática essas técnicas alternativas.

Em meio às várias formas de cultura ali presentes, o Governo Municipal não poderia deixar de fora a mandioca e a palma, que são onipresentes no interior do município e indispensáveis à vida do homem do campo. Por isso, estão em andamento duas experiências de multiplicação rápida de mudas, cujos métodos garantem uma produção bem maior, e num tempo mais reduzido.

Manivas menores = mais mudas – A primeira diz respeito à maniva, o caule da planta que dá origem à raiz da mandioca. A iniciativa foi apresentada aos técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura durante um curso oferecido pela unidade da Embrapa de Cruz das Almas, em abril de 2014, e agora está sendo posta em prática pela Administração Municipal.

Trata-se de escolher, para o plantio, manivas de tamanhos inferiores aos das convencionais – ou seja, em média cinco centímetros cada uma. O material é cortado e levado a um recipiente contendo água. Pode ser uma garrafa pet, por exemplo. Ali, ficará por um determinado período, até o enraizamento. Depois de enraizada, ela é transplantada para sacolas plásticas. Esse material pode dar origem a dez ou quinze mudas de maniva, pois, depois da brotação, assim que é retirada, ela brota ainda duas ou três vezes. Utilizando esse método, o agricultor pode conseguir até 500 mudas.

Fatiando folhas de palma – Já o método de multiplicação das mudas de palma pode ser aplicado a qualquer espécie da planta, inclusive as duas atualmente cultivadas na unidade experimental – uma quase sem espinhos e com folhas mais robustas, e outra resistente a pragas como a cochonilha de carmim, distribuída pela Prefeitura a agricultores da região em dezembro do ano passado.

Para multiplicar as mudas, deve-se, inicialmente, fatiar a folha da palma em pedaços menores. Cada folha pode render até seis pedaços, a depender de seu tamanho. Após fatiar os pedaços, o agricultor deve esperar um período de cinco a sete dias, tempo suficiente para que eles “cicatrizem” – fenômeno que os lavradores costumam chamar de “curagem”.

Assim que cicatrizados, os pedaços são plantados em leiras adubadas e irrigadas. Depois que chegam ao enraizamento, são transplantados para sacolas plásticas. Além de bem mais rápido, o método pode aumentar em cinco vezes a produção de mudas.