Desenvolvimento Econômico
Postado em 4 de maio de 2022 as 15:44:18
Cerca de vinte jovens se inscreveram para participar da oficina de grafite, oferecida pela Coordenação Municipal da Juventude, ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), como parte do convênio firmado entre a Prefeitura de Vitória da Conquista e o Governo Federal, a fim de viabilizar a Estação da Juventude 2.0. A atividade foi iniciada ontem (4), na Praça CEUS J. Murilo, e deverá cumprir uma carga total de 40 horas.
Segundo a coordenadora Melry Amaral, as inscrições foram completamente preenchidas em menos de 24 horas – uma rapidez que também foi notada nas outras oficinas oferecidas pelo mesmo convênio, sobre circo, espanhol (básico e elementar), fotografia, teatro, beleza e estética negra e desenho.
Sobre a oficina atual, ela diz que o grafite não é pichação, como muitas pessoas pensam. “Traz também cultura, pintura, arte. É isso que a gente quer desmistificar para as pessoas. O grafite vai para além de uma pichação de muro”, acrescenta Melry.
Melhorar cada vez mais
Além do interesse pela desmistificação de uma imagem estigmatizada, foi também a oportunidade de aprimoramento profissional que despertou o interesse do pedagogo Jorge Reis, atualmente desempregado e trabalhando informalmente com a pintura de letreiros. Ao se inscrever, ele considerou que o grafite, além de colocá-lo em contato com novas informações culturais, pode ajudá-lo a aprimorar seu trabalho visual. “Eu sempre gostei de grafite. Sempre achei uma ferramenta interessante de transformação”, disse.
“É para mostrar o que as pessoas têm dentro delas e expor isso para a sociedade, mesmo. Aquilo que, muitas vezes, é considerado de gueto, de periferia, de gente marginalizada. E, na verdade, não é. É uma expressão de alguém que está numa situação, às vezes, vulnerável. Mas que quer, de repente, se libertar, mostrar sua arte e evoluir de alguma forma”, pontua Jorge, que apontou também o interesse mais pragmático que o moveu: “Estou na cidade, tenho dois filhos para criar e tenho que correr. Estou desempregado, trabalhando com a arte de letras e, com isso, vou incrementar e melhorar cada vez mais dentro dessa área”.
Juventude quer ocupar espaços
Para o ministrante da oficina, o artista visual Tiano Vilarino, a grande procura pela oficina demonstra um interesse específico do público jovem pelas artes visuais e o potencial de expressão que as caracteriza. “A partir do momento em que a galera para para participar de uma oficina de arte, seja pintura, desenho ou grafite, isso mostra que a juventude está em busca de algo. Que ela quer ocupar um espaço, por simples que seja, através da arte e da cultura”, avaliou o artista.
O trabalho de Tiano Vilarino pode ser apreciado pela população por meio do projeto “A voz do muro”, realizado entre 2017 e 2019, com apoio da Prefeitura de Vitória da Conquista e do Governo Estadual. A iniciativa homenageou figuras de destaque da cultura conquistense em dez painéis espalhados pela cidade – inclusive uma imagem do artista plástico J. Murilo (1937-2013), que dá nome à Praça CEUS.
Saiba os locais onde estão os painéis:
- J. Murilo – Feirinha do Alto Maron
- Cajaíba – Av. Integração (Próximo à Avenida Brumado)
- Dona Dió – Rua Coronel Gugé (Esquina da Travessa Zulmiro Nunes)
- Geraldo Sol – Praça Guadalajara (Centro de Cultura)
- Miguel Côrtes – Praça João Gonçalves (em frente à Cotefave)
- Lêda Nova – Ibirapuera (Escola Municipal Profª Ridalva Correa)
- Jorge Melquisedeque – Inocoop (Colégio Modelo)
- Paulo Mascena – Praça Guadalajara (Escola Normal)
- Zélia Saldanha – UESB (Biblioteca)