Celebrar o Dia das Mães é valorizar a história, as lutas e as conquistas de mulheres que, com força e amor, dedicam suas vidas à criação e formação cidadã de seus filhos. A data comemorativa surgiu nos Estados Unidos, em 1914, a partir da iniciativa da ativista Anna Jarvis, que desejava homenagear sua mãe, Ann Maria Reeves Jarvis — uma professora que lutou pela paz durante a Guerra Civil americana. No Brasil, se tornou oficial apenas em 1932, e foi escolhida para o segundo domingo do mês de maio, por decreto do então presidente Getúlio Vargas.

Em Vitória da Conquista, segundo o Censo do IBGE de 2022, das 370.879 pessoas que compõem a população, 193.468 são mulheres, muitas delas mães que inspiram com suas trajetórias de coragem e dedicação. Para promover o cuidado com as mães do município, gestantes e puérperas, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realiza a campanha anual do Maio Materno, que promove atividades de conscientização e prestação de assistência na rede municipal com a garantia do pré-natal.

Mães empoderadas

As mães são plurais, por isso, diversas em personalidade, empoderadas, provedoras, aventureiras e protetoras. Conheça a história de algumas dessas mulheres que fazem a diferença na cidade, pela perspectiva dos filhos, que compartilharam seus relatos.

Filhas de Dona Dió

Edneide de Oliveira Silva, 64, e Edleusa de Oliveira Silva, 66, são filhas de Dionísia de Oliveira Silva, mais conhecida como Dona Dió, a primeira baiana de acarajé de Vitória da Conquista. Mãe de 14 filhos, com seu empreendimento e os frutos do seu trabalho, conseguiu criá-los e sustentar sua família. Em vida inspirou seus descendentes deixando seu legado. Dona Dió faleceu em 2012 com 76 anos.

“Falar de mãe é beleza, é alegria, é amor. E, no entanto, no final é tristeza e saudade. Ela era tudo para nós. Ela nos deu um grande exemplo, nos ensinou a trabalhar e ser cidadãos conquistenses. Era muito pra frente e gostava de ajudar todo mundo”, declarou Edneide. “Ela é muito conhecida pela venda de acarajé aqui em Conquista. Nos criou trabalhando aqui na praça e deixou um legado que vem passando de geração em geração. Através das vendas desse tabuleiro de acarajé já saiu professor, advogado, administrador, policial e ainda tem outros estudando”, disse Edleusa.

Mães provedoras

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,1% das brasileiras são responsáveis pelo provimento das necessidades do lar e da convivência familiar. Em Conquista, mais de 50% dos lares são chefiados por mulheres levando em conta os diferentes tipos de composição familiar.

Maria Vitória de Jesus, de 60 anos, é mãe de oito filhos e faz parte do grupo de famílias nucleares compostas por pais e filhos. Ela integra os 10,98% do total de mulheres que lideram essa composição familiar.

Ivan Medeiros

Ivan Medeiros, de 20 anos, é o filho caçula de Maria Vitória e trabalha na ouvidoria de transportes coletivos da cidade. Ele relata ser fascinado pela experiência de vida da mãe que trabalhava desde os 10 anos de idade prestando serviços domésticos aos vizinhos para ajudar no sustento do lar. “Minha mãe é uma mulher muito guerreira, a atitude e a força dela me inspiram, pois educou e cuidou de todos, apesar de dificuldades como a falta de moradia”.

Maria reside no bairro Santa Marta, mas nasceu no município de Barra do Choça. Quando jovem sonhava em ser médica para ajudar as pessoas, porém acabou seguindo outros caminhos e constituindo família. Ao relembrar momentos da infância, Ivan conta que sua mãe o deixou escolher o próprio nome: “Eu só fui registrado aos cinco anos de idade, na época que eu nasci era difícil registrar os filhos na minha localidade, então eu acabei decidindo o meu nome”.

Mães protetoras

Marli de Carvalho Aguiar teve seus três filhos ainda na juventude e mora no bairro Alto Maron. Uma das filhas é a Ir. Helena Luísa, de 46 anos, que faz parte da Fraternidade Arca de Maria. Ela relatou admirar a simplicidade e o amor transmitidos pela mãe durante sua trajetória de vida. “Sou muito grata pela minha vida e por tudo que minha mãe fez por mim, ela sempre foi muito dedicada e presente”.

Irmã Helena Luísa

Irmã Helena disse que sua mãe desejava ser avó, mas que mesmo assim tratou com respeito sua decisão de seguir a vida religiosa. “Toda mãe preza pela felicidade do filho. No início foi uma grande surpresa, mas ela me deixou caminhar na minha decisão. Hoje eu não sou uma mãe biológica, mas sou uma mãe espiritual para as pessoas, orando por elas”, completou Ir. Helena.

Cláudio Sousa

Já o Oficial de Obras, Cláudio Sousa da Silva, de 48 anos, afirma ter muito orgulho de sua mãe, Vitória Sousa da Silva. “Ela sempre foi uma batalhadora, eu diria que uma heroína, pois luta por nós até hoje. Tudo que aprendi com ela eu passo para os meus filhos, como a importância da educação e da honestidade. Dedico a ela meus sentimentos de gratidão e amor. Desejo que todas as mães tenham vida longa”.

As mães conquistenses trazem em suas histórias de vida exemplos que inspiram, embelezam e enriquecem o município.