Meio Ambiente
Postado em 26 de janeiro de 2025 as 08:04:14 e atualizado em 27 de janeiro de 2025 as 17:05:24
As gatas Princesa e Maria Clara ficaram sem sua ração matinal e logo cedo saíram com suas donas para um passeio incomum. Elas foram ao calçadão do Cruzeiro, neste sábado (25), receber a castração. Isso foi possível graças ao Castramóvel, unidade itinerante do Centro de Apoio à Saúde Animal (Casa), implantado pela Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), em maio de 2024 – um mês antes das gatinhas cinzentas nascerem.

Maria das Graças com as gatas Maria Clara e Princesa
“A gente fica feliz e agradece, porque às vezes a gente não tem condição de levar a um veterinário para pagar, então é um projeto que está sendo muito bom para todos os moradores, tanto do bairro nosso como de outros bairros”, disse a tutora de Princesa, Maria das Graças Silva. Acompanhada da filha Tatiana, que trouxe Maria Clara, irmã de Princesa, a dona de casa ainda desejou: “que continue sempre assim, em bairro e bairro, que acaba com esse futuro de muitos animais jogados na rua”.
A mãe Beatriz Gomes e o filho Juan Pablo também levaram sua gata Luna Jacutinga, de um ano e um mês, para castrar. “O pessoal às vezes dá veneno para os gatos. Eu já criei vários gatos, não tive a oportunidade de castrar. Essa aqui é a primeira que eu estou trazendo para castrar, já teve até filhote. Então, é muito importante para a gente ter esse serviço no nosso bairro”, disse a tutora.

Beatriz, Juan Pablo e Luna
Neste sábado, 17 castrações foram realizadas. Na próxima sexta-feira (31) e no sábado (1º), a unidade móvel também fará procedimentos neste local. Os animais precisam estar em jejum de 12 horas de comida e 2 horas de água. Depois da avaliação, serão castrados os gatos machos e fêmeas e os cães machos.
O Castramóvel já chegou em 23 localidades nas zonas Urbana e Rural e vai continuar levando o serviço onde a população mais precisa. É o que afirma a secretária municipal do Meio Ambiente, Ana Cláudia Passos, que lançou a meta para este ano. “Planejamos realizar muita castração. No ano passado, dentro de pouco mais de seis meses, nós conseguimos realizar mil castrações. Esse ano, nós temos o objetivo de ultrapassar o dobro dessas castrações. A equipe está adquirindo cada dia mais experiência para trazer maior qualidade no serviço para a comunidade”, afirmou.
A secretária ainda ressaltou os benefícios dessa iniciativa. “É uma forma de minimizar o número de animais abandonados nas ruas, que acabam sofrendo muito. E, além disso, várias doenças são combatidas com a castração, por exemplo, TVT, câncer, infecção do útero. A castração acaba beneficiando a saúde, o bem-estar desses animais. O município sai na frente de muitas outras cidades, avançando nessa questão ambiental, que é o bem-estar animal. E a gente tem trabalhado muito nisso. É uma conquista”, celebra Ana Cláudia.
Cuidados pós-operatório
Após o procedimento, os tutores precisam ter cuidados específicos com seus animais castrados, como bem orienta o médico veterinário Pedro Henrique antes de começar as cirurgias. “O pós-operatório é de responsabilidade do tutor do animal, então as fêmeas vão precisar usar uma roupinha pós-cirúrgica, para que ela não lamba esse local onde foi feita a cirurgia, pois ela lambendo esse local pode até vir a abrir os pontos. Uma restrição é exercício, então não estimular esse animal a pular, a correr, o que pode também levar à abertura desses pontos. E o macho vai precisar usar um colar Elizabetano, que parece um abajur, para ele justamente não lamber esse local e poder abrir esses pontos. O animal também vai precisar tomar antibiótico, anti-inflamatório, analgésico e os tutores saem daqui com uma receitinha, que a gente explica para eles os horários das medicações para que tenha uma recuperação mais efetiva”, orientou.
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