O 1º Encontro ODS do Sudoeste da Bahia teve início na manhã desta quinta-feira (10), no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista, com o objetivo trazer luz às discussões pertinentes aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 das Organização das Nações Unidas (ONU) de forma integrada com os 80 municípios das regiões Sudoeste, Médio Sudoeste, Rio de Contas e do Norte de Minas Gerais. Após a mesa de abertura, os mais de 500 inscritos participaram do primeiro painel do dia, “Desafios e Oportunidades para Cidades Sustentáveis: Cooperação para a Implementação dos ODS”, cujo tema é transversal a diversos setores da comunidade e apresenta denominadores comuns às localidades. 

O painel contou com a participação da coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis, Zuleica Goulart, a representante regional da América Latina e Caribe da Global Fund for Cities Development (FMDV), Gabriella Ferreira, o secretário executivo da Comissão Nacional dos ODS (CNODS), Lavito Bacarissa, o coordenador de projetos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), Leonel Leal, e a assessora do Programa de Cooperação da União Europeia (UE), Denise Verdade. O momento foi mediado por Ludmila Araújo, coordenadora do Comitê ODS PMVC e Núcleo ODS Semma da Prefeitura de Vitória da Conquista. Na oportunidade, a prefeita Sheila Lemos sancionou a Lei Municipal nº 2.979/2025, que dispõe sobre a adesão à Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) como diretrizes de políticas públicas em âmbito municipal.

De acordo com dados da ONU do último ano, mais da metade da população mundial já reside em áreas urbanas e a estimativa é que, até 2030, o equivalente a aproximadamente cinco bilhões de pessoas residirão em centros urbanos – cerca de 60% da população global. Esse aumento da urbanização é um motor de crescimento, mas também significa o aumento de desafios significativos para a sustentabilidade, a exemplo de emissões de carbono e o impacto ambiental. Aliado a isso, ainda existe um distanciamento entre as gestões das cidades e as possibilidades já existentes para o fortalecimento da implementação da Agenda 2030, a exemplo de projetos, fundos monetários, parcerias, entre outros. 

Para a coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis, Zuleica Goulart, o papel do painel é justamente trazer esses impactos para a conversa e contribuir, em conjunto, para que os governos locais possam ser fortalecidos para a implementação dessa Agenda. “Através da discussão a respeito do Programa Cidades Sustentáveis, do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades e do Mapa da Desigualdade como ferramentas estratégicas, conversando com gestores, técnicos, prefeitos, por exemplo, a gente consegue passar a mensagem da importância dessa temática”, disse Zuleica. 

Outra questão importante nessas estratégias é o financiamento para essa transição e as soluções para o desenvolvimento urbano. Nesse sentido, o Fundo Global para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV), uma instituição intermediária entre instituições públicas que buscam financiamento para investimentos em infraestrutura urbana e potenciais investidores públicos e privados, tratou dessa possibilidade através da representante regional, Gabriella Ferreira. “Nosso objetivo é apoiar as cidades, mostrando algumas oportunidades em termos de financiamento que é uma questão muito difícil para os governos. Então, esse momento é uma contribuição, uma porta aberta não só para Vitória da Conquista, mas para a região”, explica Gabriella. 

Oportunidade de expansão do diálogo e novos caminhos

O evento, que segue até esta sexta-feira (11),  recebeu profissionais de diversas áreas interessados no diálogo sobre a temática ODS e Agenda 2030, especialmente no âmbito local. Mariana Ivo, coordenadora de Comunidades do Hub Conquista, instituição parceira da Prefeitura de Vitória da Conquista, é uma das entusiastas do desenvolvimento da cidade a partir da formação de um ecossistema, como o momento de hoje. “Um evento como esse é importante não só para dar mais visibilidade à região de iniciativas de desenvolvimento e sustentabilidade, mas também as conexões que podem ser feitas nesse ambiente com vários municípios, vários atores importantes para que as ideias possam sair do papel”, sinalizou Mariana.

A engenheira ambiental, Andressa Sampaio, também foi uma dessas participantes. Para ela, a oportunidade do evento e o tema discutido no primeiro painel é algo que amplia a discussão para a comunidade. “Eu vejo Conquista como um espelho para as cidades vizinhas. Nós temos recursos, um tipo de desenvolvimento que os outros munícipios menores por vezes não têm. Já trabalhei em cidades menores e percebi o quanto é fragilizado em muitos aspectos. Ao fazer a conexão com essas cidades, o evento amplia as oportunidades e abre caminhos”, disse Andressa.