A Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, encerrou nesta quarta-feira (3) mais uma etapa das escutas públicas para o Plano Municipal de Cultura, que irá nortear as políticas culturais do município pelos próximos dez anos. O encontro, realizado no Cine Teatro do CEU J. Murilo, reuniu artistas, produtores, agentes culturais, mestres da cultura, representantes de instituições e cidadãos interessados em contribuir com o futuro da cultura local.

O assessor especial da Secretaria Municipal de Cultura, Alecxandre Magno, destacou que esta fase marca um passo decisivo na construção do documento. “Este momento de escuta é fundamental porque estamos construindo um Plano Municipal de Cultura que vai durar 10 anos. É ele que vai nortear os próximos passos da política cultural no município ao longo da próxima década”, afirmou.

Ele ressaltou que o processo é democrático e ainda passará por várias etapas até sua finalização. “Depois dessa etapa de escutas, o plano ainda passará pela Secretaria de Cultura, pelo Conselho Municipal de Cultura, pela Câmara de Vereadores e, por fim, pela sanção da prefeita”, explicou.

O consultor responsável pela elaboração do plano, Alèxis Góis, reforçou a importância técnica e simbólica do processo participativo. Ele explicou que toda a construção está sendo realizada com metodologia do Ministério da Cultura, baseada na análise SWOT, para identificar pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças do setor. “A necessidade de mais infraestrutura e equipamentos culturais apareceu em todos os segmentos. Temos o Teatro Carlos Jehovah, o Cine Madrigal e a Casa Glauber fechados, além de casarões abandonados que poderiam se tornar pontos permanentes de produção cultural”, observou.

Alèxis também ressaltou que as escutas fazem parte de um processo contínuo que começou em outubro e segue até abril, garantindo pluralidade. “Uma única escuta com pouca participação não compromete o plano, pois estamos realizando um diagnóstico amplo, feito ao longo de meses e de diversas formas”. 

Entre os participantes da escuta desta quarta, Anderson Macena, coordenador do Museu Regional de Vitória da Conquista – Casa Henriqueta Prates, reforçou a necessidade de engajamento na construção de políticas públicas. “Não adianta a gente cobrar se a gente não participa. É muito importante estar aqui, contribuir e construir. Este é o primeiro passo. Vamos participar juntos pelos próximos dez anos e colocar esse plano em prática.”

A Secretaria de Cultura também destacou avanços recentes na valorização da classe artística. Alecxandre Magno lembrou que, no período natalino, os ternos de Reis recebiam apenas tecido para as apresentações. Hoje, recebem cachê de R$ 6 mil, além de transporte, estrutura e demais benefícios. Ele pontuou ainda que o maior São João da história do município contemplou mais de 80 artistas, com cachês entre R$ 5 mil e R$ 16 mil, valores inéditos para muitos profissionais da cidade.

Além disso, estão sendo promovidas oficinas de formação para preparar artistas de diversas linguagens a participar de editais estaduais e nacionais. “Queremos que nossos artistas estejam cada vez mais qualificados e competitivos”, completou.

Com a etapa de escutas sendo finalizada, o município segue agora para a sistematização das propostas, análise técnica e elaboração do documento final, que seguirá para o Conselho de Cultura, Câmara de Vereadores e, posteriormente, para a sanção da prefeita Sheila Lemos. O objetivo é que o Plano Municipal de Cultura consolide uma política pública duradoura, democrática e construída de forma coletiva com quem vive e produz cultura em Vitória da Conquista.