Para celebrar as conquistas das mulheres e fortalecer o diálogo sobre equidade de gênero, a Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (SMPM) realizou, nesta quarta-feira (23), o terceiro encontro do projeto “Vidas que Cuidam”, com a participação de cerca de 30 servidores da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesep). O evento contou com a presença de mulheres e homens.

Juciele Wolfrane e servidores da Sesep

Com foco nos direitos das mulheres e na prevenção da violência, a ação promoveu reflexões sobre as lutas femininas na sociedade. A iniciativa integra o programa SMPM em Movimento e propõe uma série de quatro encontros semanais, das 14h às 17h, voltados ao bem-estar, à valorização e à orientação das servidoras municipais.

Bárbara Souza

Para a gerente de Enfrentamento e Prevenção à Violência contra a Mulher, Bárbara Souza, o projeto tem se mostrado uma ferramenta eficaz de transformação. “São momentos de muita interação. As servidoras compartilham suas vivências e isso enriquece as discussões, gerando mais conhecimento.”

O encontro teve início com uma dinâmica de partilha, em que os participantes destacaram mulheres inspiradoras em suas histórias,  em sua maioria, as próprias mães. Ao longo da ação, também foram lembradas figuras históricas como Patrícia Galvão (Pagu), escritora e militante dos direitos femininos; Rita Lobato, primeira mulher a se formar em Medicina no Brasil; e a compositora Chiquinha Gonzaga, primeira mulher a reger uma orquestra no país.

O fiscal Davi Amâncio, de 58 anos, recordou a trajetória de sua mãe, Maria Amâncio de Souza, um exemplo de coragem e perseverança, que criou os filhos sozinha, superando com firmeza as adversidades da vida. “Minha mãe era muito proativa, e quem marca nossa vida permanece na nossa memória. Muitas mulheres ainda estão à margem da sociedade e não desfrutam plenamente dos seus direitos. Por isso, é necessário que haja mais ações que direcionem o olhar para a mulher que atua no serviço público, mas que também enfrenta desafios em sua vida pessoal”.

A mestre de obras Alana Santos, de 24 anos, que participou dos três encontros realizados até agora, destacou a importância do espaço de fala e escuta. “Mesmo com as leis, nós, mulheres, ainda ficamos muito caladas em relação a algumas situações que nos acontecem. Este momento é essencial para reconhecer essas circunstâncias e não permitir que ninguém passe por cima dos nossos direitos.”

Na segunda etapa, a advogada Juciele Wolfrane, do Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (CRAV), conduziu, junto ao público, a construção de uma linha do tempo destacando marcos importantes das conquistas femininas, como o direito à educação (1827), ao voto (1932), a sanção da Lei Maria da Penha (2006) e a criminalização da importunação sexual (2018). Juciele também reforçou o papel do conhecimento como ferramenta de empoderamento. “Quando conhecemos nossos direitos, somos capazes de lutar por eles e ocupar o lugar que desejamos na sociedade.”

Juciele Wolfrane

O projeto “Vidas que Cuidam” integra o programa SMPM em Movimento, desenvolvido pela Coordenação de Enfrentamento à Violência da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres.