Venezuelanos mostram artesanatos que eles produzem para equipes da Prefeitura

A Prefeitura de Vitória da Conquista promoveu duas ações ao longo desta semana, para dialogar com a população de migrantes venezuelanos indígenas da etnia Warao, com o intuito de aprimorar a oferta de serviços. Os encontros foram articulados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes) e contou com a participação de representantes das secretarias Municipais de Desenvolvimento Econômico (SMDE) e Políticas para Mulheres (SMPM).

As ações começaram na quarta-feira (28), com a participação de aproximadamente 40 pessoas, no Cras Jardim Valéria. Para dialogar com o grupo estavam presentes a equipe do Cras, Creas, Acessuas Trabalho, Sala da Mulher Empreendedora, Coordenação de Juventude, além de outros representantes da SMDE e SMPM. A roda de conversa teve como objetivo principal permitir que as equipes da Prefeitura possam traçar um perfil da população migrante e articular a oferta de serviços de forma integrada e intersetorial, de acordo com as necessidades dos migrantes da etnia Warao.

O Creas é a unidade da assistência social que tem realizado o acompanhamento contínuo da população migrante. É por meio dele que tem sido feita a interlocução com as outras secretarias municipais para garantir o acesso às políticas de saúde, educação, trabalho e renda. “Estamos definitivamente avançando na interlocução com as outras políticas públicas para promover ações mais efetivas com os Warao. Esperamos que a partir da ação articulada entre as diferentes secretarias possamos modificar a vida dessas pessoas, desenvolvendo nelas um maior senso de autonomia, dando suporte para que eles possam de fato gerir a própria vida. Queremos que eles se adaptem à realidade brasileira, mas sigam respeitando as tradições e cultura que eles possuem”, apontou a Coordenadora da Proteção Social Especial, Rozana Viana.

Rozana Viana

Já na quinta-feira (29) as equipes do Governo Municipal foram ao abrigo mantido pela Prefeitura, na região de Itapirema, onde estão residindo aproximadamente 40 venezuelanos. As equipes da SMDE e SMPM destacaram a possibilidade da oferta de cursos e capacitações, tais como curso de português, para que eles possam falar e compreender melhor o idioma; cursos de artesanato, que estimulem a produção de peças utilizando miçangas e outros materiais que eles já têm contato; e oficinas que estimulem o empreendedorismo e a inserção no mercado de trabalho, tanto para que eles possam comercializar os produtos que eles desenvolvem, como também para que possam ter novas oportunidade de emprego.

Para a coordenadora de Enfrentamento a Violência da SMPM, Monique Cajaíba, essa ação inicial é fundamental para que os Warao possam dizer quais são as suas principais demandas nesse momento. “Esse é o momento de escuta, onde foram sinalizados alguns trabalhos artesanais que as mulheres venezuelanas podem estar desenvolvendo e que a secretaria pode auxiliar, tanto para promover a autonomia, quanto para permitir que eles sejam inseridos no mercado de trabalho”, afirmou Monique.

Durante a ação realizada no Cras Jardim Valéria, com o grupo que está residindo na zona urbana de Vitória da Conquista, a Coordenação da Juventude identificou aproximadamente 14 jovens, que serão incluídos nos serviços voltados para a juventude. “Queremos construir de forma conjunta com eles oportunidades de primeiro emprego e um curso para que eles possam aprender melhor a língua portuguesa. Vamos criar esses laços para que nós possamos valorizar a cultura deles”, destacou o coordenador de Juventude, Luiz Augusto.

Santo Baez foi um dos participantes do primeiro encontro. Ele demonstrou estar contente após o diálogo com as equipes do Governo Municipal. “Hoje nós gostamos muito porque a prefeitura parece que tem uma alternativa para nós, com trabalho e ajuda”, relatou.

No abrigo de Itapirema, Jhonny Jose Mata também expressou contentamento com os novos serviços que a Prefeitura irá ofertar. “Essa conversa foi boa. Todos aqui estão felizes, porque agora vão ter cursos para nós, e as pessoas que não sabem ler e escrever em português vão poder aprender”, disse.