Neuza Fagundes (de azul) e Maria do Rosário dos Santos, do Caps AD 3, conduziram a atividade

A atividade promovida nesta sexta-feira (5) pelo Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador (Nast), vinculado à Secretaria Municipal de Gestão e Inovação (Semgi), reuniu servidores da Secretaria Municipal de Educação (Smed) para participarem de uma discussão sobre o tema “Absenteísmo no ambiente laboral”.

Segundo a assistente social Janete Ferreira, que integra o Núcleo de Serviço Social do Nast, a ação foi idealizada a partir de uma análise sobre os casos de servidores públicos atendidos pela equipe. “Nós observamos, durante os atendimentos no serviço social, que o absenteísmo é decorrente de questões de saúde. Então, durante esse processo, pensamos em trazer algum tema relacionado a isso”, explicou Janete.

O termo “absenteísmo” diz respeito ao afastamento de trabalhadores de seus locais de trabalho, de forma não programada, o que pode ter a ver com problemas de saúde e outras questões pessoais. “Há um adoecimento, mas que não é percebido. E a pessoa, às vezes, não busca uma ajuda médica durante esse processo e não se vê nessa condição de adoecimento”, complementou a assistente social.

A farmacêutica Neuza Fagundes e a técnica de Enfermagem Maria do Rosário dos Santos, que integram a equipe do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD 3), foram responsáveis por conduzir a conversa sobre os motivos que levam as pessoas a se ausentarem do trabalho – o que, muitas vezes, ocorre de forma injustificada. “Uma das primeiras coisas que a gente coloca é o tabu. E falamos um pouquinho sobre a dependência química do álcool, os fatores de risco, o tratamento, os cuidados que os usuários podem ter”, informou a farmacêutica.

Ao longo da programação, elas abordaram o fato de que muitas pessoas afetadas por esses problemas demoram a se perceberem como “adoecidas”. “A aceitação é muito difícil, mas é comum. Inclusive, nós temos usuários do serviço que são dependentes de álcool”, disse Neuza, mencionando ainda uma das principais dificuldades de lidar com essa questão: o fato de o acesso a bebidas alcoólicas ser mais facilitado e de fácil aceitação social, diferentemente das outras drogas não legalizadas.

“O álcool é usado para a tristeza, para a alegria”, ressaltou a palestrante. “Vamos trabalhar um pouco nas emoções e tentar ver esse tema justamente por causa disso, porque o álcool está presente em todas as comemorações, inclusive nas comemorações do próprio serviço”, argumentou.

Aprendizado

Para a estudante de psicologia Maria Magda Teixeira, que trabalha como estagiária no Núcleo de Prevenção e Monitoramento da Violência nas Escolas (NPMV) da Smed, a participação na atividade significou uma oportunidade para aprender sobre a origem dos problemas psicológicos que podem levar ao absenteísmo. “É um aprendizado muito rico. Quero entender o que falta nas pessoas, que leva a que elas procurem essa via do álcool e das outras drogas”, justificou a estudante.