“Eu gosto de estudar e de fazer amigos e a Libras é uma ferramenta para aumentar a minha acessibilidade e a minha convivência com os demais colegas”. Assim o estudante Paulo Silva definiu a importância do aprendizado da Língua Brasileira de Sinais para a sua vida. Paulo, que tem 12 anos, é aluno da Escola Municipal Frei Serafim do Amparo. Surdo desde o nascimento, ele participa das oficinas oferecidas pelo Centro de Capacitação Profissional para Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS).

Desenvolvida pela Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Central de Interpretação de Libras (CIL), a capacitação busca atender as necessidades educacionais dos alunos surdos. “Além do atendimento aos estudantes, trabalhamos com os professores as questões pedagógicas, abordando aspectos como a metodologia do ensino para surdos e adaptação do material, que precisa, por exemplo, ser mais visual”, explicou a gerente da CIL, Jaqueline França.

Na sala em que Paulo estuda, os colegas aprendem de forma lúdica a Língua Brasileira de Sinais com o auxílio do instrutor da CAS, Murilo Nunes. Murilo, que também é surdo, vê a iniciativa como mais uma forma de valorização dos surdos. “O estudante surdo se sente valorizado ao ver outras pessoas aprendendo sobre sua cultura e com certeza a disseminação dessa linguagem nas escolas quebra barreiras comunicacionais e sociais, garantindo aos surdos oportunidade de desenvolverem e seguirem com os seus estudos”, declarou Murilo.

Murilo, Paulo e Jaqueline na Escola Municipal Frei Serafim do Amparo

Coordenadora pedagógica das séries iniciais da Escola Frei Serafim do Amparo, Maria de Lourdes Brito, acredita que o aprendizado da Libras e da metodologia de ensino para os surdos não pode fica restrito a sala de aula, pois os alunos surdos têm contato com vários profissionais na escola. “Não só os professores, mas os cuidadores também estão participando do encontro e aprovaram a iniciativa, que aborda conteúdo teórico e conta também com momentos práticos”.

Colega de Paulo, Kauê Medrado, declarou que o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais vai possibilitar o fortalecimento da amizade. “Acho que sou o melhor amigo dele aqui na escola e a gente brinca muito juntos. Agora que eu estou aprendendo Libras, nós vamos conversar bastante sobre vários assuntos”, comemorou.

Além do trabalho do CAS, os alunos surdos matriculados na Rede Municipal de Ensino recebem Atendimento Educacional Especializado – AEE na Escola Paulo Freire (CAIC) e na Escola Municipal Zulema Cotrim.