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Postado em 16 de maio de 2014 as 12:09:54
Roda de conversa, palestra e apresentação de curtas marcaram o primeiro dia da Semana de Luta Antimanicomial. O evento aconteceu no auditório da Universidade Federal da Bahia (Ufba), na tarde da última quarta-feira, 14, e foi organizado pela Associação de Usuários, Amigos e Familiares da Saúde Mental de Vitória da Conquista (SEM CID) com o apoio da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Coordenação de Saúde Mental, do Conselho Regional de Psicologia (3ª CRP-BA) e dos estudantes de Psicologia e de Enfermagem da Ufba, Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) e Faculdade Maurício de Nassau.
Este ano, ao contrário dos outros anos, além de protagonistas da Luta Antimanicomial os usuários dos serviços de saúde Mental passaram a ser os organizadores do evento por meio da associação que os representa. “Desde a implantação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II), a Semana de Luta é organizada pela instituição com a participação dos usuários e, este ano, nós resolvemos incentivar o inverso, colocar os usuários como organizadores. Já percebemos que está sendo positivo pela programação e pela abertura do evento. Para nós, profissionais, isto é muito gratificante”, esclareceu o gerente do Caps II, Átila Patéz.
A Luta Antimanicomial no Brasil completa 27 anos em 2014 e tem como principal conquista a Reforma Psiquiátrica, Lei nº 10.216/2001. Tal legislação que redireciona o modelo assistencial em saúde mental e propõe o enfoque nos direitos humanos. Para a presidente da SEM CID, Maria Elisa Guimarães, esta Semana está sendo um marco para os usuários. “A Luta Antimanicomial é também isso, o empoderamento dos usuários. É você, independente da sua condição de saúde, ter direito à voz”, ressaltou Maria Elisa.
Usuário do Caps II há cerca de cinco anos, Tarcísio Quadros lembrou da importância do dia 18 de Maio – Dia da Luta Antimanicomial. “A data é o momento de reafirmar, de colocar em pauta as demandas e de falar das conquistas ao longo destes anos”, afirmou Tarcísio.
A psicóloga do Caps AD e representante da comissão gestora da subsede Sudoeste da 3ª CRP-BA, Maria Brito, o objetivo do evento é mostrar que a pessoa com sofrimento mental produz e que é importante respeitar as diferenças. “Esse protagonismo dos usuários permite que eles discutam com os profissionais formas de melhorar ainda mais o atendimento”, explicou Maria.