Desenvolvimento Social
Postado em 24 de abril de 2014 as 17:48:11
Chegamos nesta quinta-feira, 24, à segunda reportagem da série sobre o programa Centro Pop, que retira adolescentes da situação de rua e os encaminha à vida em cidadania, restabelecendo seus vínculos familiares e, quando possível, providenciando seu ingresso no mercado de trabalho formal. É este o caso das quatro histórias aqui contadas durante a semana. Nosso personagem de hoje tem 17 anos e vivenciou várias experiências negativas. Após ter sido acolhido pela equipe do serviço, ele conseguiu reavaliar as relações familiares, arrumar um emprego e conquistar relativa autonomia financeira. Hoje, ao lado da companheira, o garoto demonstra ter adquirido autoestima – característica que lhe será indispensável em seus esforços para criar o filho.
‘Eu me sinto muito orgulhoso de mim mesmo’
Há cerca de três meses, quando recebeu o primeiro salário por seu trabalho num posto de lavagem de carros, na zona oeste de Vitória da Conquista, L. não teve dúvidas. Comprou logo uma bicicleta para tornar mais ágil sua locomoção e evitar atrasos no novo emprego. “Eu sempre quis ter uma bicicleta. Quando não trabalhava, não podia”, orgulha-se o rapaz.
L. também viveu em situação de rua entre os 15 e os 16 anos, depois de fugir de casa devido a desavenças com o pai. “Não foi uma coisa boa, não. Eu só andava jogado, não tinha lugar para ficar”, recorda. Acolhido no Centro Pop, L. viveu no serviço até o início deste ano, quando decidiu alugar uma casa para viver ao lado da companheira. O casal já tem um filho de quatro meses.
Em razão do atendimento psicossocial a que teve direito enquanto esteve no serviço, L. reavaliou suas relações com os familiares. A casa para onde se mudou fica próxima à de seu pai. A proximidade, segundo ele relata, já não é somente geográfica. “Hoje até já durmo na casa dele. Às vezes vou lá e passo a tarde toda com ele. É muito bom”, conta.
O emprego no posto de lavagem, que lhe possibilitou a conquista da própria autonomia, também foi resultado do trabalho da equipe do Centro Pop. Ele se atenta, agora, para as mudanças pelas quais passou desde que seguiu as orientações da equipe de abordagem. “Agora eu trabalho, todo mundo me respeita e me conhece. E estou dentro de uma moradia que eu pago”, observa. “Eu me sinto orgulhoso de mim mesmo. Antes, não pensava em nada disso. É uma emoção muito boa. Um presente de Deus”.