Desenvolvimento Social
Postado em 28 de março de 2025 as 14:41:36

Recepção de Júlia Salvagni no gabinete da Semdes
De 25 a 27 de março, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes) realizou uma série de apoios técnicos para discutir o aprimoramento da oferta de serviços de acolhimento, nas modalidades institucional e familiar, de crianças e adolescentes de Vitória da Conquista. Os encontros, voltados para as equipes de gestão e técnicas da Assistência Social, Educação, Saúde e Políticas para Mulheres e para os órgãos integrantes do Sistema de Justiça e do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), foram mediados pela coordenadora de Crianças, Adolescentes, Jovens Egressos e Mulheres em Situação de Violência do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Júlia Salvagni.
A programação iniciou na terça-feira (25), com uma recepção no gabinete da Semdes. Na ocasião, o secretário Michael Farias apresentou um panorama da assistência social do município e destacou a importância da mediação do MDS para o reordenamento do Serviço de Acolhimento Institucional e Familiar do município. “Apesar dos avanços que a gente vem vivendo nos últimos anos, a gente ainda enfrenta algumas fragilidades que precisam ser resolvidas. E é importante que esse processo seja feito de forma institucionalizada e com apoio técnico. Assim, a gente espera avançar na garantia de direitos humanos de crianças e adolescentes do município”, pontuou Michael.
- Michael Farias
- Júlia Salvagni, em visita ao Cristo de Mário Cravo
Após a recepção, a equipe de Proteção Social Especial (PSE) guiou a coordenadora Júlia Salvagni em uma visita técnica à Unidade Municipal de Acolhimento, ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), à Unidade Municipal de Acolhimento Acolhendo e Cuidando, à sede da Família Acolhedora, ao Complexo de Escuta Protegida e demais serviços do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Para Júlia Salvagni, conhecer o funcionamento e a estrutura dos serviços foi fundamental para mediar os debates entre os atores que integram a Rede de Proteção Social.“A ideia é que a gente possa, a partir da realidade que o município e o território apresentam, pensar possibilidades e construir sugestões, bem como trabalhar na formação técnica da rede local. Quando um serviço de acolhimento tem a oportunidade de expor seus desafios e potencialidades, e a rede compreende que ele não está separado dos demais serviços, reforçamos a ideia de que a criança não deixa de ser parte dessa rede ao ser acolhida. Esse é um trabalho de corresponsabilidade”, explicou Júlia.
- Unidade Municipal de Acolhimento
- Creas
- Família Acolhedora
- Complexo de Escuta Protegida
Diálogo com a Rede de Proteção Social
- Momento com gestores
- Gestores e técnicos da Semdes, Smed, SMS e SMPM
- Conselho Tutelar
- Sistema de Justiça
O debate entre os integrantes da Rede de Proteção Social iniciou na quarta-feira (26) e foi dividido em dois momentos. O encontro da manhã, realizado no Centro de Convivência do Idoso (CCI), foi voltado para os gestores da Assistência Social e da Rede de Atenção e Defesa da Criança e do Adolescente (Radca) da Semdes. Já o debate da tarde, no Centro Municipal de Atenção Especializada (Cemae), contou com a participação de gestores e técnicos que atuam com o acolhimento institucional de crianças e adolescentes nas secretarias municipais de Desenvolvimento Social (Semdes), de Educação (Smed), de Saúde (SMS) e de Política para Mulheres (SMPM).
A enfermeira do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD III), Talita Ferraz, atua diariamente com os adolescentes institucionalizados e suas famílias. Segundo ela, esse momento de integração com toda a rede fortalece o trabalho com as famílias. “Todos esses momentos contribuem com mais informações. Assim, a gente consegue entender todos os serviços que compõem a rede e também entender as formas de acesso a eles. Isso potencializa o nosso cuidado, na perspectiva do cuidado integral com o nosso público”, ressaltou a enfermeira.
Para a assistente social da Smed, Adelmita Oliveira, o diálogo com toda rede é também uma oportunidade de evidenciar as dificuldades encontradas no cotidiano pelos profissionais da rede em busca de uma solução conjunta. “Esse trabalho é fundamental para a educação. É importante que toda a rede esteja articulada porque essa criança é público da educação, é público da saúde e é também público da assistência social. Então, fazer com que a gente entenda a rede, conheça os serviços que cada um oferta, quem são os profissionais é fundamental”, pontuou a assistente social.
- Talita Ferraz
- Adelmita Oliveira
- Walas Pinto
- Luciano Trindade
No último dia da programação, quinta-feira (27), o debate sobre a intersetorialidade no acolhimento familiar e institucional também foi dividido em dois momentos, ambos realizados no Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cidca). O primeiro momento contou com a participação dos conselheiros tutelares e o segundo foi voltado para o Sistema de Justiça, com a presença dos juízes Álerson Mendonça e Julianne Nogueira, do promotor Marcos Coêlho e do defensor público Luciano Trindade.
Atuando como conselheiro tutelar da Zona 01, Walas Pinto relatou que as questões levantadas no encontro foram enriquecedoras. “Esse diálogo é de suma importância para a gente se aperfeiçoar. Devemos sempre procurar meios de nos aperfeiçoar e de nos adequar às mudanças na cidade e aos casos que chegam todos os dias. Sabemos que os espaços de acolhimento estão sobrecarregados e por isso precisamos criar outros fluxos para ajudar nossas crianças e adolescentes. Com a mediação de Júlia e a integração da rede, a gente pode procurar meios para garantir os direitos das nossas crianças e adolescentes com mais eficiência”, afirmou o conselheiro.
Durante o encontro do Sistema de Justiça, o defensor público da área da Infância e Juventude, Luciano Trindade, destacou que é fundamental que essas discussões sobre o aprimoramento do fluxo de acolhimento de crianças e adolescentes sejam contínuas e envolvam todos os integrantes que atuam diretamente na área. “É fundamental que essas reuniões aconteçam, pois elas certamente não ficarão no vazio. Pelo contrário, elas tendem a apoiar o desenvolvimento de ações que vão significar, na prática, a maior garantia de direitos para crianças e adolescentes, notadamente, aquelas em situação de maior vulnerabilidade, ou seja, aquelas que estejam em acolhimento institucional ou afastadas da família por razões diversas. Criando alguns fluxos e pensando em algumas ideias que no final vão se concretizar, o município de Vitória da Conquista se destaca, como vem se destacando, na proteção de crianças e adolescentes”, observou o defensor público.