A Escola Municipalizada Fernando Spínola recebeu uma apresentação da Orquestra do Programa Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba). A programação foi a culminância do Projetos Arte Cantada, os 184 anos de Vitória da Conquista, comemorados no último dia 9, e o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (20). A apresentação, que contou com três equipes, aconteceu na última terça-feira (19), com um repertório do clássico ao popular. A primeira foi o Coro de Câmara, coral com as quatro vozes, seguido do Conjunto de Sopro (madeiras), com flauta transversal, clarinete, oboé e fagote, e a Camerata Carlos Jehovah, de cordas friccionadas, que apresenta o contrabaixo, violoncelo, viola e violino.

A professora de Artes do 6º e 7º ano, Patrícia Machado Moreira, foi a idealizadora do Arte Cantada. “Iniciamos o Projeto, quando começamos a trabalhar música na turma do 6º e 7º anos do Educação de Jovens e Adultos (EJA)”. Ela percebeu que os alunos não prestavam atenção nas letras, mas apenas nos ritmos musicais. “O foco da Arte Cantada foi mostrar a música, eles entenderem o que é letra, ritmo, harmonia e quais são os gêneros musicais. E fazer a comparação: O que a música influencia na minha vida? Mostramos como a Jovem Guarda influenciou a vida de muitas pessoas, e como a música influencia hoje na vida deles”. Patrícia teve a ideia de apresentar aos alunos a música clássica e constatou que alguns estudantes ainda não tinham visto uma orquestra. “Surgiu a ideia de trazer o Neojiba, para que eles tivessem contato com o instrumento e a música erudita”.

Ao apresentar o Projeto para a diretora Leci Mendes Brito, a mesma solicitou que a orquestra se apresentasse para toda a unidade escolar, não somente para os 6º e 7º anos. “Ficamos orgulhosa. Um projeto que começou pequeno dentro de uma sala, mas que tomou uma proporção. E quando vemos a música clássica vindo para uma escola pública, para alunos que ainda não têm essa vivência com ela, por que eles não podem se apaixonar por esse tipo de música mais refinada? Estamos felizes culminando o Projeto da Consciência Negra, o aniversário de Vitória da Conquista, estamos recebendo um espetáculo desse. É motivo de orgulho e felicidade”.

Dois alunos da Escola Municipalizada Fernando Spínola são instrumentistas na Orquestra do Programa Neojiba.  Eliel de Souza, aluno do 9º ano, afirmou que desde pequeno gostava da música clássica. “A música clássica é bela, bonita, em uma harmonia incrível. Minha mãe comprou um teclado para mim. Fui desenvolvendo aquele gosto. Tentei a vaga para piano. Hoje é meu segundo instrumento favorito, depois da viola, que toco na orquestra. Parece com um violino, mas com o passar do tempo vi que era outro tipo de instrumento. As músicas de hoje não a são tão boas. Trazer a esse gênero é bom para eles desenvolverem o gosto pela música clássica. Devemos dar mais atenção ela”, disse.

Para Kariza Lira, aluna da EJA 8º e 9º ano na instituição, essa foi a oportunidade de mostrar uma arte diferente. “Muitos não têm acesso a este tipo de música. Não é tão fácil. Trazer esses eventos para a escola, fazer com que eles conheçam e tenham mais proximidade com a música clássica pode despertar uma paixão por isso, ou ver outros tipos de artes que não estão acostumado a ver”.

O sssistente de Desenvolvimento Institucional do Projeto Neojiba, Afonso Ribas, explicou que o Programa Neojiba tem atuação voltada para o território, principalmente os núcleos que estão localizados no interior como o de Vitória da Conquista. “O público prioritário são as crianças, adolescentes e jovens. Regularmente, vamos às escolas públicas e a outras entidades socioassistenciais, tanto de Conquista quanto da região Sudoeste para levar um pouco do trabalho da Neojiba, que é a prática musical coletiva, seja na orquestra ou canto coral”.