Iniciada pela Prefeitura de Vitória da Conquista no dia 12 de junho, a Campanha Municipal de Combate ao Trabalho Infantil desenvolveu ao longo do mês diversas ações visando mobilizar as comunidades para proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Organizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimentos Social (Semdes), a campanha desse ano teve como mote o tema “Infância Protegida é Infância sem Trabalho”.

As principais ações da campanha foram articuladas pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). De acordo com os dados do Peti, foram realizadas cerca de 40 ações conforme a programação oficial da campanha. Na Zona Rural, foram feitas ações em localidades como Bate-Pé, José Gonçalves e Itapirema.

Para a articuladora do Peti, Carine Aragão, a campanha trouxe resultados muito satisfatórios, pois estimulou o diálogo e mobilização das comunidades para um tema tão importante. “Além das ações que realizamos, estivemos em diversos eventos orientando a comunidade. Também identificamos crianças e adolescentes em situação de trabalho e realizamos os encaminhamentos necessários para a rede de proteção a fim de garantir os seus direitos. Ainda, ao longo da campanha, tivemos ações em articulação com a rede socioassistencial, com outras políticas públicas, bem como com instituições parceiras, fortalecendo o diálogo intersetorial, que é imprescindível para o combate ao trabalho infantil”, explicou Carine.

Carine Aragão

Inclusão no mercado de trabalho

Algumas das ações realizadas ao longo do mês tiveram a participação do programa Acessuas Trabalho, que busca a fomentar a autonomia das famílias usuárias da Política de Assistência Social, promovendo integração ao mundo do trabalho. Durante as ações da campanha que tiveram a participação do Acessuas, a equipe do programa orientou não só os adolescentes, mas também os pais e responsáveis sobre os perigos do trabalho infantil e quais são as formas corretas de se inserir no mercado de trabalho.

A coordenadora do programa Acessuas Trabalho, Jacqueline Correia, explica que os adolescentes podem trabalhar a partir dos 14 anos, na condição de jovem aprendiz. Durante os esclarecimentos, Jaqueline também reforçou que os trabalhos de jovem aprendiz é pensado para não atrapalhar que os adolescentes continuem na escola, que deve ser a prioridade nessa etapa da vida.

“Nós orientamos e damos os caminhos para que as pessoas encontrem as vagas de trabalho. Todos os dias nós mapeamos as vagas e por isso o jovem que participou das nossas oficinas tem mais oportunidades para chegar primeiro às vagas de jovem aprendiz. Orientamos como se portar em uma entrevista, como fazer um currículo, e como entrar no mundo de trabalho de uma forma mais ampla”, destacou Jaqueline.

Parcerias

Outro ponto importante desenvolvido durante a campanha foi a parceria com instituições privadas, como o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e o Instituto Bem Maker. As parcerias são uma forma de ampliar os debates sobre o tema, alcançando um público ainda maior, ao mesmo tempo em que são desenvolvidas atividades para capacitar os jovens e facilitar o ingresso ao mercado de trabalho

Ação com o Ciee e o Instituto Bem Maker

Em uma das ações realizadas em parceria com o CIEE e o Instituto Bem Maker foram ofertadas oficinas de fotografia, além de uma roda de conversa com orientações sobre como participar das vagas de jovem aprendiz. “Tivemos essa oportunidade de conversar com os jovens trazendo para eles a realidade do jovem aprendiz, uma política pública, voltada para o jovem em situação de vulnerabilidade com a faixa etária a partir de 14 anos. Ao mesmo tempo em que tivemos essa conversa também falamos sobre a erradicação do trabalho infantil. O jovem aprendiz é um programa que possibilita combater o trabalho infantil, pois ele dá a chance de o jovem ingressar no mercado de trabalho da forma correta, com todas as formalidades que a legislação exige”, afirmou a consultora de atendimento do CIEE, Sarah Chaves.

Com ações como essa, a campanha atingiu um dos seus principais objetivos, levando informação e conhecimento para a juventude. Com 14 anos, Tayane Pereira, faz parte do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (Nuca), e relatou que o que mais gostou das atividades da campanha foi o aprendizado que ela adquiriu. “Muitas crianças sofrem com trabalho infantil e vemos as pessoas das gerações passadas falando que trabalhavam e que isso não era um problema, mas é sim. Precisamos mudar, fazer com que as coisas sejam diferentes. As ações são uma forma de informar os adolescentes que muitas vezes não sabem nada sobre esse tema. Eu amei participar das atividades”, relatou.