Todo mês, como parte das atividades do Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (Crav), as usuárias do serviço participam de uma roda de conversa que aborda temáticas relacionadas ao fortalecimento feminino, a exemplo da autoestima e maternidade. Retomando a ação neste mês de abril, pausada em razão do Março Mulher, nesta quarta-feira (25) aconteceu mais um encontro. Desta vez, o tema foi rede de apoio da assistência social.

De acordo com a psicóloga e gerente do Crav, Monique Cajaíba, as rodas de conversas fazem parte do grupo de ferramentas utilizadas pelo Centro para que as mulheres consigam tratar de todas as demandas, compartilhando, em um ambiente seguro e acolhedor, suas experiências, desafios e superações. “Na atividade coletiva de hoje, o foco foi rede de apoio para trabalhar com elas, através da metodologia terapêutica, o fortalecimento desses laços. Mostramos como as assistidas podem ser rede de apoio para alguém e como isso pode funcionar para ajudar a si mesmas”, explicou.

Atualmente, são quase 200 mulheres em acompanhamento psicológico, social e judicial, por meio do Centro. Uma delas é Edilda Ribas, atendida há 14 anos pelo serviço, e presente nesta roda de conversa.  “Aqui foi o espaço que eu encontrei para me reconstruir, para reconstruir a minha vida. Na cidade, foi o único lugar que eu achei de portas abertas para mim, que me respeitou e me deu respaldo”, disse Edilda. “Agora mesmo, eu acabei de dar um depoimento para todas, bastante emocionada, porque o Crav representa sobrevivência para mim. Sofri todos os tipos de violência e, lá fora, até então, eu não conseguia enxergar o mundo. Aqui, com momentos como esse, a gente passa a enxergar caminhos e perceber que vale a pena retomar a vida e seguir em frente”, adicionou.

O serviço – O Crav está ligado à Secretaria de Políticas para Mulheres e oferece, além de suporte psicológico, orientações jurídicas e encaminhamento para serviços de assistência social. O objetivo é proporcionar às mulheres em situação de violência um suporte abrangente, que envolva não apenas o aspecto emocional, mas também o acesso a direitos e recursos necessários para se reconstruírem.